A saída do segundo ministro da Saúde durante a pandemia do novo coronavírus no Brasil provocou uma série de reações em lideranças políticas de SC.
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A deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania), que coordena as ações de combate à covid-19 no Sul do Brasil e a Frente Parlamentar da Saúde, afirmou que a defesa do isolamento e a relutância em recomendar o uso indiscriminado da cloroquina teriam contribuído para a saída de Teich do Ministério da Saúde.
Carmen Zanotto afirmou que a nova troca no Ministério da Saúde aumenta a preocupação com a situação do país no combate à pandemia do coronavírus.
– É muito preocupante. Nosso inimigo é comum, não podemos ter todos esses conflitos ao mesmo tempo no enfrentamento dessa pandemia – afirmou, em entrevista à CBN Diário.
O senador Espiridião Amin (PP) comentou no Twitter a saída do ministro. Ele comparou a situação da pandemia com uma guerra em que a busca é pela preservação de vidas e disse que o pedido de exoneração do ministro é ruim para o país.
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– Ver com menos de um mês de atividade, o ministro da Saúde pedir demissão por contrariedade técnica, é algo muito grave, muito sério e lamentável.
Eu acho que a saída do Nelson Teich foi uma coisa muito grave e ruim para o país. É a grande guerra brasileira. A guerra da preservação de vidas. É a batalha pela preservação da vida dos brasileiros.
— Esperidião Amin (@esperidiaoamin_) May 15, 2020
O senador Dario Berger também se manifestou nas redes sociais e disse que considera preocupante a demissão de mais um ministro.
– Não podemos admitir que as crises políticas tirem o foco principal neste momento, que é o de salvar vidas – ressaltou o senador.
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O senador Jorginho Mello reconhece que a nova troca de ministros faz o país perder tempo na luta para salvar vidas, mas faz críticas à atuação segundo ele “tímida” de Teich, dizendo que era uma pessoa “sem brilho” e “sem jeito de ministro”. O senador, que apoia Bolsonaro, defendeu também a adesão à cloroquina, conforme sugerido pelo presidente.
– O principal predicado do ministro é estar afinado com o presidente. Se não vai continuar trocando – afirmou à reportagem, por telefone.
O deputado federal Daniel Freitas (PSL), coordenador do Fórum Parlamentar Catarinense, não comentou abertamente a saída de Teich, mas fez uma publicação nas redes sociais afirmando que "para desgosto de alguns", o ex-ministro Teich deixou o governo "com um discurso direto, curto e sem pirotecnias ou polêmicas", mencionando ainda o agradecimento do ex-titular da Saúde a Bolsonaro pela nomeação.
Pra desgosto de alguns, o ex-ministro Nelson Teich deixa o governo com um discurso direto, curto e sem pirotecnias ou polêmicas. No mais, agradeceu ao Presidente pela nomeação e estimou o melhor para o país.
— Daniel Freitas (@DFDanielFreitas) May 15, 2020Continua depois da publicidade
Deputada questiona apelo à cloroquina
O deputado federal Carlos Chiodini (MDB), também em entrevista à CBN Diário, afirmou que as repetidas mudanças em uma área tão sensível como a saúde agravam a crise institucional que ocorre durante a pandemia do coronavírus.
– A personalidade do presidente se contrapõe ao momento sério de enfrentamento que vivemos, de combate a essa pandemia. Temos que, com a união de todos, acima das ideologias, dos partidos políticos e outras questões, encontrar uma saída – afirmou.
A deputada catarinense Carmen Zanotto também questionou a insistência de Bolsonaro na defesa da cloroquina, que já influenciou na queda do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta e, agora, na de Teich.
– Se a cloroquina desse resposta para toda a população, o mundo inteiro estaria usando. Nesse momento estamos com milhares de pesquisadores debruçados fazendo pesquisas clínicas nos hospitais e não temos uma única medicação que responda para todos os casos. Ainda não se tem comprovação científica disso – complementou a deputada, para a CBN Diário.
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