Lideranças da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), reunidas nesta quinta-feira, no Lang Palace Hotel, em Chapecó, demonstraram preocupação com a manutenção do status sanitário diferenciado do estado. O vice-presidente da Faesc, Enori Barbieri, considera que é necessária uma atenção maior para evitar que a peste suína, que dizimou parte do plantel na China, possa chegar no Sul do país. Ele considera que a medida do governo federal em proibir entrada de alimentos crus ou artesanais de origem animal é insuficiente.

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– Já temos peste suína na China, na África, no Nordeste e o Sul é uma ilha. Temos que fazer o dever de casa. Eu recomendo aos produtores que protejam suas propriedades e evitem que pessoas entrem nos criatórios. Temos que ter um pouco mais atenção em portos e aeroportos. É um compromisso também de toda a sociedade. Quem viaja ao exterior deve cuidar para não trazer produtos que possam conter vírus – destacou.

O presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, lembrou que a peste suína está dizimando plantéis na China e isso traz impactos positivos e negativos no Brasil.

– Por um lado as exportações de carnes estão aumentando, sendo que a agroindústria não consegue nem atender a demanda e por outro lado vai reduzir as importações de grãos da China, o que vai afetar a rentabilidade do setor – disse Pedrozo.

Durante a reunião também foi apresentado os resultados do programa de Assistência Técnica e Gerencial em Pecuária de Corte, que iniciou em 2016. Participam do programa 1,2 mil produtores, de 98 municípios, que recebem treinamento em gestão, melhoramento genético e produtividade. Foram inseminadas 50 mil matrizes dentro do projeto.

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De acordo com o coordenador do programa e vice-presidente de finanças da Faesc, Antônio Marcos Pagani de Souza, o objetivo é incrementar também a bovinocultura de corte no estado.

-Santa Catarina importa metade do que consome. E a nossa intenção é aumentar a produção de carne com qualidade. Já conseguimos aumento de 20 quilos em terneiro e ganho de um real em comercialização, o que representa R$ 200 a mais por animal. Santa Catarina tem status sanitário diferenciado e pode exportar carne bovina e comprar de outros estados para o mercado local – afirmou Pagani.