A futura concessão da BR-280 à iniciativa privada, no trecho entre São Francisco do Sul e Porto União, foi entendida de duas maneiras por lideranças políticas e empresariais do Norte. A primeira é que se trata da melhor alternativa à falta de recursos públicos. Consequentemente, cabe ao governo federal definir rapidamente um modelo para agilizar o processo de duplicação.

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– Já perdemos oito anos de promessas – diz João Martinelli, da Associação Empresarial de Joinville (Acij). Segundo ele, é preciso que o modelo seja eficiente e comprometido do começo ao fim.

– Não adianta publicar editais e depois ficar ditando tarifas. O governo pode e deve evitar abusos, fazer uma intervenção controlada. O que nos interessa é ver a rodovia duplicada o mais rapidamente possível – conclui.

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A BR-280 faz parte de um pacote de concessões anunciado pelo pelo governo federal na presença do governador Raimundo Colombo. Cinco trechos serão concedidos à iniciativa privada até 2016, sendo que quatro deles estão incluídos no programa de concessões que a presidente Dilma Rousseff lançará em junho.

Para o governo do Estado, que sugeriu a concessão e reivindicou a medida junto ao governo federal, o objetivo tem de ser acelerar os investimentos nas obras de duplicação, aumentar a segurança e a qualidade do transporte.

– Santa Catarina está crescendo muito, e essas rodovias federais são nossos eixos principais – disse Raimundo Colombo.

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Para Luiz Kunde, presidente da CDL de Joinville, a medida é acertada e deveria basear outras decisões. Porém, cabe às entidades manter a pressão.

– Aprovo 102% a política de concessões. Acho que é uma medida simples, objetiva e eficaz de resolver o problema dos transportes. O que nós podemos e temos de fazer é manter a vigilância para que isso ocorra de fato. E rápido – disse Luiz Kunde.

O prefeito de São Francisco do Sul, Luiz Roberto de Oliveira, diz que se a obra está sendo feita com dinheiro público, não é uma boa decisão entregar a estrada pronta, duplicada, à iniciativa privada.

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– O mais correto seria o ganhador da licitação fazer a obra por completo e imediatamente. Depois de tantos embates, de tantas promessas, quando voltamos a ter uma leve expectativa do início efetivo da obra, nos deparamos com uma situação injusta da utilização de dinheiro público para fazer a rodovia e, posteriormente, entregá-la para uma concessionária.

Ele não preside mais a Amunesc, mas exerce um papel de liderança entre os prefeitos que reivindicam a obra.