Se aconteceram rixas entre partidos durante as eleições, elas, em tese, sumiram quando a última urna foi apurada. Ao menos é o que garantem as lideranças políticas do Vale do Itajaí, região que deu apoio maciço a Aécio Neves (PSDB) e viu a petista Dilma Rousseff garantir um segundo mandato.
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Líderes das duas correntes políticas agora avaliam como azeitar as relações com o governo do Estado – que apoiou o PT – e evitar que as principais demandas de investimento do Vale atrasem ainda mais.
Dentre as maiores obras e investimentos que os municípios da região esperam para os próximos anos, a maioria está em ritmo lento ou depende de novas decisões de Brasília para serem implementadas. É caso da BR-470, do polo blumenauense da UFSC e da ampliação do Aeroporto de Navegantes.
O prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes (PSDB), que liderou a campanha do adversário de Dilma na cidade, o resultado das urnas não influenciará nos repasses federais para a cidade, pois a prefeitura tem cadastrado projetos junto à União. A intenção agora é reunir os representantes locais, para, juntos definirem uma agenda de trabalho pela região.
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– O trabalho pela população está acima de qualquer disputa eleitoral. Independente de partido, vamos nos unir pelo melhor para Blumenau e o Vale – pontua.
O mesmo pensa o prefeito de Gaspar, Celso Zuchi, petista que viu Aécio receber 72,7% dos votos gasparenses. Zuchi lamenta que os petistas tenham dado pouca visibilidade às obras federais no Estado, o que teria prejudicado o desempenho de Dilma. Mas o revés não deve prejudicar as frentes de trabalho abertas com dinheiro federal – a obra da Ponte do Vale, que ligará o município à BR-470, está parada.
– As relações se mantêm como antes.
Obras devem ter continuidade no Vale
Além de garantir continuidade, o segundo governo Dilma precisará dar mais ênfase às ações que impactam na vida da classe média, grande parte dos eleitores do Vale, acredita Paulo Eccel (PT), prefeito de Brusque, cidade em que os tucanos receberam 82% dos votos.
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– A relação do governo federal com o Estado vai continuar sendo muito republicana – acredita Eccel.
Neutro durante as eleições, Jandir Belini (PP), prefeito de Itajaí, vê a continuidade do que já vinha acontecendo nos últimos quatro anos:
– Espero que o Brasil continue crescendo, com inovações.
O deputado federal eleito João Paulo Kleinübing (PSD), que se manteve neutro em relação à eleição presidencial (enquanto Colombo e o PSD declararam apoio a Dilma), acredita que a maioria de votos contrários a Dilma não vai afastar a região do Planalto.
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– O compromisso é com as pessoas, com o cidadão e com o eleitor. A diferença política acaba no dia da eleição, e a própria presidente fez um discurso domingo falando em união, em nova etapa. Acho que isto é o que todos nós esperamos de fato dela.
Adversário político de Kleinübing, Décio Lima (PT) concorda:
– O processo divergente ficou para trás. Agora continuará como sempre. O governo Dilma sempre foi extremamente republicano.