O líder separatista Carles Puigdemont defendeu hoje sua capacidade de governar a Catalunha mesmo estando na Bélgica e evitar assim ser preso se voltar à Espanha, onde a justiça quer julgá-lo por rebelião e sedição após fracassada tentativa de secessão.
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“Não posso ser presidente se for presidiário. Na prisão, eu não poderia me dirigir às pessoas, não poderia escrever, nem receber as pessoas”, afirmou Puigdemont em entrevista à pública Catalunya Radio.
“A única maneira é poder continuar fazendo isso em liberdade e com segurança”, acrescentou, assegurando que “hoje em dia os grandes projetos acadêmicos, empresariais, de investigação são feitos fundamentalmente com o uso de novas tecnologias”, enfatizou.
Os dois principais partidos separatistas da Catalunha anunciaram na terça-feira um acordo para empossar Puigdemont, que quer governar à distância na Bélgica, onde está em auto-exílio, apesar da oposição do governo espanhol.
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O Juntos pela Catalunha (centro-direita) e a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) concordaram em dar apoio à proposta de candidato à presidência de Puigdemont, mas não não informaram se o acordo implicaria aceitar uma posse à distância.
Puigdemont foi suspenso do cargo no final de outubro pelo governo espanhol de Mariano Rajoy.
Desde então, o líder separatista vive na Bélgica e quer ser empossado sem voltar à Espanha, onde a Justiça o procura por crimes de rebelião e sedição.
O governo espanhol anunciou na Justiça uma posse telemática que, inclusive, serviços jurídicos do Parlamento catalão consideram ilegal.
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Nas eleições regionais de 21 de dezembro, os partidos separatistas obtiveram a maioria absoluta parlamentar com 70 assentos do total de 135, a maioria deles distribuídos entre o Juntos pela Catalunha (34) e a ERC (32).
O novo presidente do Parlamento catalão, o separatista Roger Torrent iniciou na quinta-feira reuniões com os partidos para designar um candidato à presidência regional, com Puigdemont como principal candidato.
Dois meses e meio depois da fracassada declaração de secessão, os separatistas recuperaram na quarta-feira o controle do Parlamento catalão, dissolvido no dia 27 de outubro pelo chefe do governo espanhol Mariano Rajoy.
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Seu próximo passo é recuperar o governo, destituído também por Madri, fortalecido pela maioria absoluta de 70 dos 135 deputados nas eleições de 21 de dezembro, embora oito deles estejam presos ou exilados voluntariamente na Bélgica.
* AFP