O líder norte-coreano, Kim Jong-Un, se distanciou nesta terça-feira do plano para lançar mísseis contra os arredores da ilha americana de Guam, onde os EUA têm bases militares, mas advertiu que “é necessário que os Estados Unidos adotem a opção correta”.
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Alguns analistas sugeriram que as declarações de Kim abrem o caminho para desescalar a crescente crise provocada pelas declarações belicosas do presidente americano Donald Trump e do líder norte-coreano.
Kim “analisou o plano durante um longo tempo” e “o discutiu” com as autoridades militares na segunda-feira durante uma inspeção ao Comando de Forças Estratégicas, encarregado do programa de mísseis, indicou a agência de notícias norte-coreana (KCNA, na sigla em inglês).
As autoridades militares da Coreia do Norte advertiram que poderiam apresentar a Kim um plano para atacar Guam.
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A pequena ilha de Guam, no Pacífico, abriga duas grandes bases militares dos EUA, com mais de 6 mil homens. Localizada a 3.500 km da Coreia do Norte, com população total de 162 mil pessoas e está equipada com o escudo antimísseis THAAD.
O líder norte-coreano disse que antes de dar qualquer ordem “vai seguir observando um pouco mais a conduta tola e estúpida dos ianques enquanto passam por um momento difícil a cada minuto de sua miserável sina”.
Mas advertiu que se os Estados Unidos “persistirem em suas ações insensatas na Península da Coreia”, então Pyongyang vai atuar.
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“A fim de desarmar as tensões e evitar um conflito militar perigoso na península coreana, é necessário que os EUA façam uma opção apropriada primeiro e demonstrá-la com ações, pois cometeu provocações após introduzir um enorme equipamento estratégico nuclear nas proximidades da península”, disse Kim, citado pela KCNA.
Para Adam Mount, analista do Center for American Progress em Washington, “este é um convite direto para falar das reservas recíprocas em relação aos exercícios militares e aos lançamentos de mísseis”.
John Delury, professor na Universidade Yonsei de Seul, afirmou que Kim está “desescalando, colocando o plano de Guan no congelador”, ao menos neste momento.
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– Guerra retórica –
A escalada da tensão ocorreu depois que a Coreia Norte testou dois mísseis balísticos intercontinentais no mês passado, indicando que seria capaz de atingir o território americano.
Depois disso, o presidente dos EUA, Donald Trump, alertou Pyongyang que responderia às ameaças com “fogo e fúria como o mundo nunca viu”.
Pyongyang, por sua vez, ameaçou testar seus mísseis perto da ilha americana de Guam, no Pacífico.
A guerra retórica ativou um alarme global, com líderes mundiais, incluindo o presidente chinês, Xi Jinping, pedindo calma a ambos os lados.
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O presidente sul-coreano, Moon Jae-In, também pediu calma sobre o impasse com a Coreia do Norte, dizendo que nunca mais deveria haver outra guerra na península.
Na segunda-feira, o secretário de Defensa dos Estados Unidos, Jim Mattis advertiu que o Pentágono poderia detectar “muito rapidamente” o objetivo de mísseis norte-coreanos.
“Se disparam contra os Estados Unidos, poderíamos muito rapidamente ter uma guerra”, afirmou Mattis à imprensa, antes de acrescentar que Washington tentaria derrubar qualquer objeto ameaçados que se aproxime da ilha de Guam.
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O chefe do Pentágono se recusou, no entanto, a explicar se falava da destruição de um míssil que apenas passe perto de Guam, sem ameaçar diretamente a ilha americana.
“Vou manter a ambiguidade a respeito, não posso dizer como reagiríamos diante d ecada caso”, completou.
* AFP