Líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) classificou a suspensão das sessões que aprovaram o impeachment de Dilma Rousseff na Casa como “uma vitória da democracia”. No Salão Verde, Guimarães elogiou a decisão do presidente interino na Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), que decidiu monocraticamente, nesta segunda-feira, pela anulação das três sessões em que a Casa deu 367 votos favoráveis ao afastamento de Dilma. Um dos principais argumentos de Maranhão foi de que bancadas fecharam questão, o que supostamente não poderia ter ocorrido.

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— Ainda há tempo de a Câmara se redimir. Várias bancadas fecharam questão, até com ameaça de expulsão. E há o entendimento de que não pode, neste caso, fechar questão. Não se cassa alguém sem todos os pressupostos do devido processo legal — disse Guimarães.

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Outro argumento de Maranhão foi de que Dilma não se manifestou na sessão da Câmara. A defesa dela foi delegada ao advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, que se manifestou tanto na comissão de impeachment quanto no plenário. Guimarães negou que o Palácio do Planalto tenha pressionado Maranhão a tomar a iniciativa. Ele esteve reunido com Dilma na semana passada.

— O governo não pressionou ninguém (…). Vamos fazer as coisas dentro do regimento, isso redime a Casa de cometer qualquer excesso — disse.

O líder ainda defendeu que o caso não seja judicializado, embora seja considerado provável que o Supremo Tribunal Federal (STF) terá de dar uma palavra final. Para Guimarães, o mais adequado é repetir a votação na Câmara.

— Essa é outra questão — respondeu Guimarães, ao ser questionado se o governo teria forças para derrotar o impeachment no voto, depois da derrota contundente sofrida no dia 17 de março.

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Na pior das hipóteses, a decisão de Maranhão ajuda o governo Dilma a ganhar tempo. A suspensão do processo chega a dois dias da votação da admissibilidade do impeachment no Senado. A tendência era de aprovação com sobras de votos, o que determinaria o afastamento temporário de Dilma do cargo por 180 dias.

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