O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), reconheceu, ontem, que a tarefa exercida pela ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, de manter os partidos da base aliada pacificados, é “uma função espinhosa”.

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Ele considerou improvável a ideia de que a presidente Dilma Rousseff (PT) tire Ideli do cargo para atender a pedidos de líderes do bloco de apoio ao Palácio do Planalto que estão insatisfeitos com o trabalho da ministra no Congresso.

A “fritura” de Ideli, na opinião de Braga, está descartada. Ele diz acreditar que Dilma não se deixará influenciar pela opinião de terceiros.

– O ambiente político depende de quem está à frente do processo político – alegou o peemedebista.

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– Eu conheço a presidente Dilma há muitos anos, sei que é uma pessoa de convicções, de formar opiniões próprias. A partir de suas opiniões e das suas convicções, ela toma as decisões – declarou.

Braga disse, ainda, não acreditar no processo de fritura da ministra.

– Não creio que esse processo, que não é verdadeiro, possa influenciar a presidente – afirmou.

Braga se manifestou dias depois de ele próprio ter demonstrado descontentamento com a articulação de Ideli com o PR. O partido reagiu à decisão de que não vai recuperar o Ministério dos Transportes deixando o bloco de apoio ao governo no Senado.

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Ontem, após ter com conversado pela manhã com a presidente, Braga mudou de tom, passando a elogiar a ministra de Relações Institucionais. Ele avaliou que Ideli, além de ter sido senadora, é “muito esforçada, conhece a casa (Congresso), sabe como funciona o Senado, tem uma boa interlocução com seus pares”.

Lembrou ainda das “grandes vitórias” de Ideli, como a aprovação da regulamentação da Emenda 20 e a prorrogação de receitas da União.

– Portanto, convenhamos que a ministra Ideli tem se empenhado, se dedicado muito para fazer o trabalho benfeito, o trabalho que foi encarregado a ela – argumentou.

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Sobre a conversa com a presidente Dilma, na reunião de coordenação política, o líder negou que tenham tratado da situação do PR.

– Trabalho, muito trabalho, foi do que falamos – disse.

– Não conversamos sobre o PR, cuja situação não depende de nós, depende do PR. O PR é que precisa avaliar sua decisão – concluiu.