O líder do grupo jihadista nigeriano Boko Haram, Abubakar Shekau, reivindicou os últimos atentados cometidos no nordeste da Nigéria, em um vídeo enviado na segunda-feira à AFP.
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“Gozamos de boa saúde e não nos aconteceu nada”, afirma o líder do grupo que continua semeando a violência em toda região do lago Chade.
“Realizamos os ataques contra Maiduguri, Gamboru e Damboa. Reivindicamos todos estes ataques”, acrescentou no vídeo, o primeiro desde agosto, falando em árabe e no idioma hauso.
Os atentados suicidas e os ataques contra povoados, cidades e postos militares se multiplicaram nos últimos dois meses de 2017.
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Shekau afirma estar com saúde, no entanto, no vídeo, onde usa uma longa túnica branca, parece tenso e lê com dificuldade seu discurso.
Em imagens de combates difundidas depois de sua fala, os combatentes atacam postos e a cidade de Maiduguri.
As imagens seguintes mostram tanques e carros 4 x 4 roubados do exército nigeriano, assim como munições, principalmente de lança-foguetes.
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Há vários meses, as incursões em cidades e atentados suicidas ou ataques do Boko Haram contra o Exército nigeriano aumentaram no norte da Nigéria, uma região assolada por oito anos de conflito.
Há um ano, o Exército nigeriano anunciava com orgulho ter libertado a floresta de Sambisa, uma fortaleza da facção liderada por Abubakar Shekau. Mas o acesso ao local ainda não é possível, e as aldeias vizinhas são atacadas e saqueadas assiduamente.
Em 13 de dezembro, a facção liderada por Abu Mosab Al Barnaui, reconhecida pelo grupo Estado Islâmico (EI), tentou invadir a base militar de Mainok, nos arredores de Maiduguri. Não conseguiram entrar, mas roubaram quatro veículos militares blindados.
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No fim de semana do Natal, homens armados atacaram vários postos de controle em Maiduguri, capital do estado de Borno, onde o grupo surgiu e que é epicentro da violência.
No mês passado, conseguiram invadir a base de Magumeri, 50 km ao norte de Maiduguri, antes que o Exército enviasse reforços.
Algumas semanas atrás, dois suicidas atacaram Biu (180 km de Maiduguri), deixando pelo menos 13 mortos e mais de 50 feridos. E a lista não termina.
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Em 21 de novembro, outro atentado suicida na mesquita de Mubi (estado de Adamawa) matou pelo menos 50 pessoas.
Em 10 de dezembro, Abubakar Shekau levou quase 400 de seus homens para um posto do Exército em Bita, na fronteira com os Camarões. De acordo com o líder da milícia local, os jihadistas forçaram os soldados a abandonar seus postos, tomaram as armas e depois fugiram para a floresta de Sambisa.
O conflito na Nigéria, iniciado em 2009, deixou mais de 20 mil mortos e mais de 2 milhões de deslocados. O nordeste do país enfrenta uma grave crise humanitária e alimentar.
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Embora os civis sejam as principais vítimas do grupo jihadista e dos militares, o Exército também tem pago um preço alto.
O grupo jihadista está dividido desde que o EI designou Al Barnaui, filho do fundador do Boko Haram, Mohamed Yussuf, como líder do Estado Islâmico na África Ocidental em 2016.
No entanto, as duas facções rivais (Shekau e Barnaui) se reuniram em 4 de dezembro em Duguri, nas margens do Lago Chade, para estabelecer uma frente comum contra o Exército, de acordo com fontes próximas às negociações.
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Mas alguns dias depois quebraram o acordo, depois que a facção de Shekau matou 18 membros do grupo de Al Barnaui.
abu-spb/jhd/ra.zm/cn
* AFP