A líder de fato de Mianmar, a prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, denunciou nesta quarta-feira um “grande iceberg de desinformação” na crise que levou milhares de muçulmanos rohingyas a fugir do país.
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“Este tipo de falsa informação é apenas a parte visível de um enorme iceberg de desinformação”, afirmou durante uma conversa por telefone com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, segundo uma transcrição divulgada por sua assessoria de comunicação.
Suu Kyi se referia a fotos de origem duvidosas divulgadas em agosto pelo vice-primeiro-ministro turco, Mehmet Simsek, que denunciou uma “limpeza étnica” em Mianmar.
Apesar de Simsek ter excluído as imagens, as fotos criaram polêmica em Mianmar, onde a maioria budista, da qual Aung San Suu Kyi faz parte, acusa a comunidade internacional e a imprensa estrangeira de serem tendenciosas a favor dos rohingyas.
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Desde o início dos confrontos, em 25 de agosto, quase 125.000 pessoas, em sua maioria muçulmanos rohingyas, fugiram de Miamnar para o vizinho Bangladesh, de acordo com a ONU.
Os combates entre rebeldes muçulmanos e as forças birmanesas deixaram pelo menos 400 mortos, quase todos muçulmanos.
Nesta quarta-feira, ao menos cinco crianças morreram no naufrágio de uma embarcação de muçulmanos rohingyas que fugiam de Mianmar, segundo a Guarda Costeira de Bangladesh.
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De acordo com o guarda de fronteira Aloysius Sangma, pelo menos três barcos repletos de refugiados rohingyas afundaram nesta quarta-feira no rio Naf, que estabelece a fronteira entre Bangladesh e o estado birmanês de Rakhine, cenário de confrontos entre os rebeldes muçulmanos e as forças de Mianmar.
“Até o momento encontramos os corpos de cinco crianças”, disse à AFP.
Desde 25 de agosto, várias pessoas morreram afogadas quando tentavam chegar a Bangladesh em pequenos barcos de pesca.
* AFP