O líder de um grupo criminoso, suspeito de traficar armas e drogas em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul foi preso nesta quinta-feira (7) em Criciúma, no Sul catarinense, durante uma operação da Polícia Civil gaúcha. A ação, batizada de “Galápagos”, cumpriu mais de 40 mandados em doze municípios dos dois estados. Também foi sequestrado um imóvel de alto padrão localizado em Bombinhas, no Litoral Norte.
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As investigações iniciaram em maio deste ano após o cumprimento de mandados de busca e apreensão em Porto Alegre e Gravataí. De acordo com o delegado Rafael Liedtke, na ocasião, policiais foram recebidos a tiros enquanto cumpriam uma das ordens judiciais em um sítio. O suspeito pelos disparos, de 43 anos, morreu após o confronto. Ele seria umas das principais lideranças do grupo.
Grupo que furtava caminhonetes de luxo em Balneário Camboriú e região é alvo da polícia
Durante a ação, armas de fogo, munições, artefatos explosivos, coletes balísticos, veículos, drogas, celulares e dinheiro foram apreendidos. Os objetos foram analisados e, com isso, a polícia descobriu a existência de uma associação criminosa especializada no tráfico de drogas e venda, posse e porte ilegal de munições e armas de uso restrito. Além de atuarem em Gravataí e na Zona Norte de Porto Alegre, o grupo também tinha ramificações em Santa Catarina, nas cidades de Balneário Camboriú, Bombinhas, Palhoça, São José e Criciúma.
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Áudios no qual o NSC Total teve acesso mostra de que forma ocorria o comércio. Em uma das conversas, os criminosos negociam um colete balístico. Já em outro, a pessoa orienta como dividir o dinheiro adquirido em duas contas.
— Só naquele tempo que a gente esteve na cadeia, movimentamos quase R$ 1 milhão que estava na nossa conta — diz um dos trechos.
Ainda de acordo com o delegado, o grupo se intitulava como “Tropa do Pinguim” e estava em guerra pelo controle de pontos de venda de drogas na Capital e Região Metropolitana de Porto Alegre. Isto teria aumentado a violência na região, além de que os membros mantinham relações com pessoas que estavam presas e que atuavam no tráfico de drogas e comércio de armas.
Com o lucro, as lideranças sustentavam uma vida de luxo, adquirindo veículos e morando em apartamentos localizados em bairro nobres, inclusive em cidades do litoral de Santa Catarina. Elas também financiavam a abertura de um comércio com o dinheiro adquirido com a prática dos crimes, além de realizarem viagens e a compra de terrenos e imóveis.
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Nesta quinta-feira, foram cumpridos 22 mandados de prisão, 20 de busca e apreensão, sete sequestros de veículos e a indisponibilidade de um imóvel em Bombinhas. O restante dos mandados foram cumpridos em Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Charqueadas, Sapucaia do Sul, Sentinela do Sul e Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, e em Florianópolis, Bombinhas, São José, Palhoça e Criciúma.
Além da prisão em Criciúma, outras 19 pessoas foram detidas. Também foram apreendidas 20 armas de fogo (fuzil, submetralhadora, pistolas e revólveres), centenas de munições de calibre restrito, automóveis de luxo, drogas, valores em espécie de dólar e real, e celulares.
Os investigados respondem pelos crimes de tráfico de drogas (pena máxima até 15 anos de reclusão), associação para o tráfico de drogas (pena máxima até 10 anos de reclusão), posse e porte ilegal de munições e arma de fogo (penas máximas até 12 anos de reclusão), e comércio ilegal de armas de fogo.
A ação foi deflagrada pela 2º Delegacia de Repressão ao Narcotráfico (2º Din/Denarc) com apoio da Polícia Civil de Santa Catarina.
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Veja imagens da operação
Confira imagens de apartamento alvo de busca
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