Com a estiagem, Santa Catarina enfrenta uma "situação bastante difícil" no agronegócio, segundo o secretário em exercício de Agricultura do Estado, Ricardo Miotto. Aliás, ele alega que o problema já vem se arrastando desde junho de 2019, com um déficit acumulado de aproximadamente 600 milímetros devido a chuvas abaixo de média, segundo dados da Epagri/Ciram, órgão estadual de monitoramento do tempo e clima.
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O boletim hídrico mais recente, coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável em parceria com a Defesa Civil de SC, indica que pelo menos 222 cidades apresentam problemas no abastecimento público de água devido à seca. Além do Oeste, Meio-Oeste e Serra, o Alto Vale do Itajaí também passou a ser uma região atingida pela falta de chuvas.
Segundo Miotto, avicultores, suinocultores e produtores de leite foram atingidos com a seca. Culturas como maçã, feijão, milho, tomate e banana também sofreram impactos negativos. Até mesmo a soja, que teve exportação recorde no primeiro quadrimestre de 2020 – foram embarcadas mais de 815 mil toneladas, o maior volume dos últimos 10 anos -, acabou sendo prejudicada pelo volume de chuva abaixo do esperado.
— Desde março, delineamos novas políticas públicas por meio da secretaria para apoio a custeio e subsídio em linhas emergenciais para agricultores familiares, pescadores e maricultores do estado, recurso direto no CPF do produtor com limite de R$ 30 mil com cinco anos para pagamento sem juros. Para as pequenas agroindústrias familiares, o governo de SC vai fazer a subvenção dos juros em até 2,5% — declarou Miotto em entrevista à CBN Diário nesta quinta-feira (21).
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Ouça a entrevista completa:
Ainda de acordo com o secretário em exercício, outra ação para buscar dar alívio ao setor foi desenvolvida junto à secretaria de Assistência Social. O programa consiste em convênios com municípios com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) abaixo de 0,7 e economia voltada principalmente ao agronegócio. O governo aporta R$ 30 mil para que prefeituras adquiram alimentos da agricultura familiar catarinense e distribuam nas suas cidades.
Titular da pasta, Ricardo de Gouveia deve ter alta nesta quinta-feira (21)
Um relatório do Instituto Cepa (Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola, órgão ligado à Epagri), com dados até o final do mês de abril, identificou algumas dificuldades em cadeias produtivas de comercialização e entrega da produção por causa da pandemia de Covid-19, mas essa condição não reflete em danos financeiros consideráveis. Uma nova versão do levantamento está prevista para meados de junho.
De janeiro a abril, o estado faturou US$ 2,64 bilhões com exportações (cerca de R$ 14,7 milhões), com 70% do total provenientes do agronegócio, principalmente em produtos de origem animal.
Secretário adjunto da pasta, Miotto responde pela pasta na ausência de Ricardo de Gouvêa, que sofreu um infarto há aproximadamente dez dias. Ele já deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital em Florianópolis onde foi internado. A expectativa é de que receba alta ainda nesta quinta-feira, para seguir a recuperação em casa.
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