O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT-SC) pretende lançar ainda neste mês o edital de licitação da construção da terceira pista nos dois sentidos da Via Expressa, de São José a Florianópolis. O projeto prevê que, com as faixas adicionais sejam usadas pelo transporte coletivo e por motocicletas. A expectativa é de que as obras, orçadas em R$ 36 milhões, iniciem entre julho e agosto e fiquem prontas em 18 meses.
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– Vamos tentar realizar a maioria dos trabalhos à noite para minimizar os transtornos à população – afirma o diretor regional do DNIT-SC, engenheiro Ronaldo Carioni Barbosa.
Os recursos para a obra virão do Orçamento da União e, conforme Barbosa, foram garantidos durante o período em que o senador Dário Berger (PMDB) presidiu a Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Senado, encerrado no último mês de março. O deputado federal Jorginho Mello (PR), à frente do Fórum Parlamentar Catarinense, também pleiteou verbas às obras viárias no Estado.
Ambos estavam presentes no anúncio, feito ontem na sede do DNIT. O senador lembrou que a ampliação da Via Expressa é uma reivindicação que remonta ao período em que foi prefeito de Florianópolis (2004-2012) e só não foi realizada antes porque “não havia projeto”.
– Se o recurso alocado não é utilizado em dois, três anos, passa para outra finalidade – explicou.
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Segundo o órgão, pela Via Expressa – como é conhecido o trecho de 5,2 quilômetros da BR-282 que liga a BR-101 à cabeceira das pontes Colombo Salles e Pedro Ivo Campos – passam mais de 100 mil veículos por dia. Estudos mostram que o movimento irá dobrar até 2036. Levantamento da Superintendência de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Grande Florianópolis (Suderf) em conjunto com o Observatório da Mobilidade Urbana da UFSC apontam que atualmente há 515 horários de ônibus diários que entram na Ilha de Santa Catarina por meio da Via Expressa – o único acesso terrestre à parte insular da Capital. A terceira pista irá beneficiar cerca de 22 mil passageiros, além das vantagens indiretas a todos os usuários.
– O motorista vai se sentir mais estimulado a deixar o carro em casa e optar pelo transporte público. E o corredor para os motociclistas também vai fazer com que diminuam os acidentes e, por consequência, agilize o fluxo – acredita o engenheiro, que fala por experiência própria: como morador de Palhoça, encara o congestionamento todos os dias para chegar ao local de trabalho, no Centro.
Obra dividida em etapas
A construção da terceira pista na Via Expressa faz parte de um projeto de R$ 500 milhões, que contempla também o trecho da BR-101 nas imediações de Florianópolis. Um vídeo exibido pelo DNIT-SC mostra esse pedaço da rodovia com corredor exclusivo para ônibus, ciclovia, duas faixas marginais e mais três pistas em cada sentido. A intenção, diz o engenheiro Barbosa, é tirar do papel o que é viável com os R$ 36 milhões assegurados e pleitear o restante para a conclusão de todas as melhorias previstas.
– Por isso que dividimos em etapas. O que temos no momento é suficiente para a faixa adicional na Via Expressa.
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Depois, é contar com a atuação da bancada catarinense em Brasília, a famosa “vontade política”:
– A partir do momento que começarem as obras, não vai faltar empenho para trazermos os recursos necessários – completa o deputado Jorginho.
Até porque, salientou o senador Berger, os estudos técnicos indicam que no máximo 20% da intensidade do fluxo serão reduzidos quando o contorno viário iniciado em 2014 estiver finalizado. O traçado de 47,6 quilômetros para desviar o tráfego de longa distância da região metropolitana da Capital passa pelos municípios de Governador Celso Ramos, Biguaçu, São José e Palhoça e já consumiu mais de R$ 770 milhões. A última previsão é de que seja entregue no final de 2020.
– O que vai resolver é a duplicação da BR-101 entre Palhoça e Biguaçu. E mais uma ponte, porque senão vai continuar o gargalo na entrada à Ilha – opina Berger.
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Melhorias previstas
A terceira faixa está alinhada com a Nova Rede Integrada de Transporte Coletivo Metropolitano, proposta pela Suderf com os municípios de Águas Mornas, Antônio Carlos, Biguaçu, Governador Celso Ramos, Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz, São José e São Pedro de Alcântara para facilitar o deslocamento na da Grande Florianópolis
Sistema atual de transporte coletivo:
– 515 horários de ônibus diários que utilizam a Via Expressa e entram na Ilha de Santa Catarina
– 22 mil passageiros beneficiados
Com a nova Rede Integrada de Transporte Coletivo Metropolitano:
– 465 horários de ônibus diários que utilizam a Via Expressa e entram na Ilha de Santa Catarina
A redução do número de ônibus deve-se à reorganização das linhas de toda a região e pela inserção de novos terminais de integração em Biguaçu e Palhoça. Desse terminais sairão linhas diretas e semidiretas para Florianópolis, passando pela Via Expressa.
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– 30 mil passageiros beneficiados
O aumento do número de passageiros decorre da oferta de mais linhas diretas e semidiretas (que atraem mais passageiros) dos novos terminais de Biguaçu e Palhoça para Florianópolis, passando pela Via Expressa.
Tempo de viagem:
– Redução de 50 para 20 minutos no tempo médio de deslocamento por ônibus nos horários de pico do Terminal da Palhoça até o Ticen.
– Redução de 55 para 25 minutos no tempo médio de deslocamento por ônibus nos horários de pico do Centro de Biguaçu até o Ticen.
– Redução de 25 para 15 minutos no tempo médio de deslocamento por ônibus nos horários de pico do Kobrasol (São José) até o TICEN
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Outros benefícios:
Ônibus rodoviários interestaduais e veículos de serviços essenciais (ambulâncias, viaturas, bombeiros) poderão utilizar a faixa exclusiva de ônibus sem prejudicar o transporte público coletivo
Fonte: Suderf