A prefeitura já tem em mãos a proposta financeira que venceu a licitação do transporte público de Florianópolis. A passagem vai cair R$ 0,10. Ainda é necessário a homologação do processo pelo prefeito e a assinatura do contrato entre poder público e consórcio vencedor – denominado Fênix e formado por todas as empresas que já operam na cidade: Insular, Canasvieiras, Transol, Emflotur e Estrela.

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Amanhã será divulgado um calendário de implantação das mudanças, que ainda não têm data para início. Entre as novidades estão a extensão da tarifa social para toda a cidade – hoje apenas quem mora no Maciço do Morro da Cruz tem esse benefício -, passe livre para cerca de 6 mil estudantes carentes e mudança na forma de pagamento das empresas – ao invés de remunerar pelo quilômetro rodado, elas receberão de acordo com a qualidade do serviço prestado.

A gerência do serviço também mudará, facilitando para a prefeitura implantar novas linhas. Ao invés de consultar as empresas para saber se a mudança é viável, basta ao poder público pedir uma nova linha e o consórcio será obrigado a atender o pedido.

Para a população, o efeito mais imediato será a queda de R$ 0,10 no preço das passagens, que será de R$ 2,60.

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Mesmo com a redução do valor, as empresas – que alegavam operar no vermelho – não devem ter prejuízo, segundo o presidente do Sindicato de Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros da Grande Florianópolis (Setuf), Waldir Gomes:

– Houve uma redução da tarifa, mas houve uma redução de custos também. Um exemplo é que algumas linhas sobrepostas devem ser eliminadas. Hoje a Canasvieiras e a Transol passam pelo mesmo lugar, por exemplo. Não terão motivos para isso – diz Waldir.

Do outro lado, a redução de custos preocupa o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte da Grande Florianópolis (Sintraturb), que se posicionou contra a licitação. O secretário de comunicação da entidade, Deonísio Linder, acredita que cobradores podem ser demitidos e promete greve, caso isso aconteça:

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– Na primeira intimação para demissões, vamos parar – diz Deonísio.

O diretor de planejamento da secretaria de Transportes, Vinícius Coferri, afirma que a função de cobrador será mantida, assim como todos os empregos.

Integração com região metropolitana

Para Deonísio Linder, a licitação não deve melhorar o transporte na cidade e ainda pode impedir a criação de um sistema de transporte integrado da região metropolitana. Vinícius Coferri nega que isso acontecerá e explica que um sistema intermunicipal pode ser criado independentemente do sistema da Capital:

– Não podemos ficar esperando 10, 20 anos pela criação desse sistema e continuar com os problemas que temos hoje – diz Vinícius.

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Subsídio diferente

A prefeitura anunciou que economizará cerca de R$ 20 milhões anualmente no pagamento de subsídios para as empresas.

Waldir Gomes explica que o poder público continua pagando às empresas, mas de uma forma diferente. O repasse será feito de acordo com o uso dos benefícios tarifários. Ou seja, a prefeitura “completa” o valor da passagem de quem ganha desconto e repassa às empresas. Por exemplo, um estudante pagará R$ 1,30 e a prefeitura pagará às empresas os outros R$ 1,30 restantes para completar valor de uma tarifa completa.

Vinícius Coferri diz que a secretaria de transportes ainda não fez o cálculo de quanto a prefeitura teria que gastar com este novo tipo de pagamento, mas ele garante que o novo sistema é mais econômico.

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