Para avançar no processo inédito de licitação do transporte coletivo, a prefeitura de Joinville anunciou nesta terça-feira (22) medidas que serão tomadas pelo Sistema de Mobilidade (Simob) para o futuro do serviço e que o edital deve ser lançado em fevereiro de 2024. Há 50 anos, as empresas Gidion e Transtusa trabalham na cidade por meio de concessões.
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O documento vai prever que só uma empresa poderá operar o serviço, com contrato de 15 anos e possível extensão por mais 15, sendo divididos em três etapas de 5 anos cada. As inspirações são os modelos adotados em cidades como Maceió (AL), Campinas (SP) e Ribeirão Preto (SP), por exemplo.
A prefeitura também prevê a construção de um novo terminal de ônibus, localizado próximo à Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e Univille. O objetivo é facilitar a locomoção do alto número de estudantes na região. Já o terminal da zona Sul deve mudar de local, ficando a 1 ou 2 quilômetros a frente do atual. De acordo com a prefeitura, o objetivo é melhorar a mobilidade. Todos os locais deverão ter manutenção a cada 36 meses.
O Simob prevê 205 itinerários (linhas), 915 novas viagens durante os dias da semana, 131 nos sábados e 109 a mais nos domingos. Além de passar a frota de 273 para 295 veículos. A licitação vai obrigar que todos os ônibus tenham condicionador de ar, câmera nas portas, wi-fi grátis e que sejam renovados a cada 10 anos.
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Outra novidade envolve a bilhetagem. A empresa vencedora deverá oferecer leitor de QR Code, facial e reajustes na embarcação, com tempo limite e por localidade para sair e entrar dos terminais, possibilitando que o usuário vá a uma lanchonete ou outros estabelecimentos da região.
Dívida com as empresas e preço da tarifa
Reconhecida pela prefeitura de Joinville em 2012, a dívida do município com as empresas Gidion e Transtusa está em R$ 232,3 milhões se atualizada para 2023. O montante estará incluso na licitação. Ou seja, a empresa interessada e vencedora do edital terá que pagar a quantia. Mas, de acordo com o prefeito Adriano Silva (Novo), será reembolsada em parcelas.
— Isso pode prejudicar a outorga, mas a prefeitura recorreu de todas as formas e não tivemos êxito. A empresa que ganhar vai pagar para as empresas [Gidion e Transtusa], e a prefeitura vai pagar para essa nova, nos próximos 15 anos, mensalmente, para equalizar — explicar.
A ideia do valor da tarifa dividida entre social e técnica deverá ser mantido pela prefeitura. Hoje, a passagem embarcada custa R$ 5,25. Sem o subsídio do município, porém, estaria em R$ 6,30, conforme Adriano Silva.
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Com os investimentos previstos na licitação, o valor da tarifa técnica, projetada pela prefeitura, pode chegar até R$ 8,58. A ideia do prefeito de Joinville é manter o custo atual para os usuários. A tarifa zero, que passou a ser adotada em diversas cidades de Santa Catarina, foi descartada pelo chefe do Executivo.
— Estamos tentando manter o atual valor. A prefeitura vem fazendo um esforço para manter um valor social, para que a população tenha acesso ao transporte público — finaliza.
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