Libertado editor do Miami Herald após 48 horas detido na Venezuela

O jornalista do jornal Miami Herald, John Wyss, foi libertado este sábado, em Caracas, após permanecer detido por quase 48 horas e foi entregue a autoridades consulares dos Estados Unidos, que afirmaram que o repórter se encontra em bom estado, sem sinais de maus-tratos, noticiou o jornal.

O jornalista, chefe da região andina do jornal e sediado em Bogotá, foi detido na noite da quinta-feira passada na cidade de San Cristóbal, no estado de Táchira (oeste), fronteiriço com a Colômbia, onde fazia uma matéria sobre a escassez de alguns produtos.

– Agradeço a todos que trabalharam para resolver este problema. Agradeço às autoridades venezuelanas por ajudar a acelerar este processo- disse Wyss ao ser libertado, segundo declarações publicadas no site em inglês do Miami Herald.

Segundo o periódico, Wyss foi detido por autoridades venezuelanas após corroborar que “não tinha permissão” para fazer trabalhos jornalísticos na Venezuela, país dividido por uma polarização política a um mês de eleições municipais e afetado por uma crise econômica e de escassez de alguns alimentos e produtos.

– Jim está a salvo e logo estará com seus entes queridos – explicou Aminda Marqués González, diretora executiva do Miami Herald, em declarações publicadas no site do jornal.

Wyss “não ficou atrás das grades”, assegurou Julio Velasco, diretor do serviço de inteligência da Venezuela (Sebin), citado pelo jornal.

O editor da editoria internacional do Miami Herald, John Yearwood, chegou este sábado a Caracas para agilizar os trâmites da libertação do jornalista. Em abril, o americano Timothy Hallet Tracy, que afirma ser documentarista, foi detido na Venezuela acusado de espionagem e expulso em junho.

Washington e Caracas estão sem embaixadores desde 2010 por ocasião dos constantes embates diplomáticos entre os dois países. No último 30 de setembro, o presidente Nicolás Maduro expulsou a encarregada de negócios dos Estados Unidos em Caracas e outros diplomatas, sob acusação de financiarem a oposição para realizarem supostos atos de sabotagem econômica e elétrica. Os Estados Unidos responderam com a expulsão do encarregado de negócios da Venezuela e de outros dois diplomatas.