A presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, decretou na madrugada desta quinta-feira o estado de emergência no país, diante de uma epidemia do vírus ebola que “exige medidas extraordinárias para a sobrevivência do Estado”.

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Em um discurso à Nação, a presidente recordou as medidas adotadas há duas semanas na Libéria para deter o contágio, incluindo a licença obrigatória de 30 dias para funcionários não-essenciais, o fechamento das escolas e a desinfeção dos locais públicos, “e apesar de tudo a ameaça segue aumentando”.

ZH explica: o que é o vírus ebola

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– A ignorância, a pobreza e as práticas culturais e religiosas seguem exacerbando a propagação da doença, em particular nas províncias – destacou Sirleaf, se referindo especialmente aos contatos com os mortos nos rituais funerários.

– A magnitude e a escala da epidemia e a virulência do ebola superam agora as capacidades e prerrogativas de qualquer agência governamental ou ministério – advertiu a presidente liberiana.

– O vírus ebola e as consequências da doença constituem agora um transtorno que afeta a existência, a segurança e o bem-estar da República, e representa um risco claro e imediato – concluiu Sirleaf, que apresentará sua decisão ao Parlamento nesta quinta-feira.

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O mais recente boletim da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre todo o oeste da África, divulgado nesta quarta-feira, aponta 932 mortos desde o começo do ano, com 1.711 casos confirmados de ebola, sobretudo na Guiné (363), Libéria (282) e Serra Leoa (286).

Em Monróvia, capital da Libéria, muitos mortos foram deixados insepultos nas ruas, ou abandonados em suas casas.