Presidente do sindicatos dos taxistas da região de Florianópolis (Sinditáxi Floripa), Irandi de Oliveira reconhece que a categoria vive um momento complicado, com queda de renda devido à concorrência da Uber. Nos últimos meses, nove permissionários devolveram as licenças para a prefeitura e ao menos outros 30 retiraram os carros de circulação devido a prejuízos.

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Em entrevista ao DC, o sindicalista diz não ser contrário à Uber e garante que o usuário não será prejudicado com a regulamentação proposta pela categoria e pela prefeitura. Na semana passada, um projeto sobre o tema foi arquivado na Câmara e a prefeitura quer montar uma nova comissão para enviar nova proposta à Câmara até o fim de julho. Veja abaixo as opiniões de Irandi:

O Sinditáxi foi contra a entrada da Uber na cidade. Qual a posição hoje?

O Sinditáxi foi contrário à regulamentação porque nós estávamos esperando alguma decisão a nível nacional, tanto da Câmara dos Deputados quanto do Senado. As leis federais são as que dão as diretrizes do transporte. Naquela época, não havia nada definido. Agora, já temos um caminho a seguir.

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Há muitos taxistas largando a profissão. Segundo a prefeitura, nove permissionários já devolveram placas desde a chegada da Uber na cidade e você também disse que ao menos 30 veículos foram retirados de circulação pelos donos. Como reverter esse quadro?

Os principais afetados pela devolução das placas e a retirada dos carros da praça são os permissionários que entraram tendo de colocar um carro de alto padrão (No concurso, a qualidade do carro a ser usado contava pontos e muitos escolheram Corolla, Jetta ou Peugeot 408). São carros de alto luxo que não estão gerando o lucro necessário para que continuem rodando. Os donos não estão conseguindo pagar os custos básicos de funcionamento, por causa de uma manutenção cara e um excessivo consumo de combustível. O pedido deles para a prefeitura é para que possam colocar um carro de padrão médio, como em todos os outros lugares do Brasil, como Spin ou Palio Weekend. A prefeitura pensou que, colocando carros de luxo, agradaria a população. Mas a prática diz que a população prefere preço mais em conta. Foi isso que não deu certo na licitação feita em 2015.

A prefeitura pediu o arquivamento do projeto que regulamentaria a Uber e deve apresentar uma nova proposta em até 45 dias. Como o Sinditáxi observa essa questão?

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Está sendo formada uma comissão para isso. O sindicato participará e vamos ver o que vai ser decidido. O importante é deixar claro que a liberdade de escolha não vai ser afetada, o sistema de transporte por aplicativo não acabará, nem vai ficar mais caro. A regulamentação é para trazer mais segurança para o passageiro e para o motorista de aplicativo, que passará a ter cadastro na prefeitura.

Isso significa que o Sinditáxi não é contra a Uber?

Não tem como ser, porque estamos regulamentando a nível federal. A regulamentação que ocorrerá em Florianópolis seguirá os padrões federais que estão sendo delimitados no momento.

Qual o futuro do serviço de táxi?

O taxista tem que tratar bem o passageiro, ter um carro em boas condições, perfumado e limpo. Esse é o básico do nosso serviço. É o que o sindicato faz: alertar todos os motoristas para que desempenhem um bom serviço e deixem o passageiro satisfeito.

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Você acredita que há um caminho a percorrer para esse serviço ideal?

Com certeza. Estamos na luta para isso.

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