Os brasileiros ainda não compreenderam a extensão total do significado de “direito de ir e vir”. Ouve-se dizer: se o sujeito é uma pessoa pública, então ele tem que agüentar o assédio dos fãs e da imprensa. Bobagem. Balela pura. Faz certo, o Guga, em esconder-se e aproveitar seu tempo de descanso. Ele só tem obrigação de atender a todos quando exercendo sua profissão, assim mesmo nos momentos oportunos. Por que diabos o cara tem que ficar à disposição de chatos e inoportunos o tempo todo? Ah, vai ter um que outro a dizer que na França ele atendeu a todos. Sim, o fez após o evento, no momento certo, no lugar da conquista, atendendo a brasileiros e estrangeiros, e ponto final. Os que criticam o Guga por esta postura, no mínimo, praticam um breve exercício de inveja. O outro lado Há os atletas que confundem liberdade pessoal com ser o dono do mundo. É o outro lado da moeda. Caso típico é o do Roberto Carlos, do Real Madri e da Seleção Brasileira. Sem capacidade intelectual para entender que, para ser respeitado, primeiro é preciso saber respeitar, propaga bobagens aos quatro ventos. Enfim, acha que pode dizer o que quiser e não precisa ouvir nada. É o oposto de Guga, que não fala de ninguém, canta as belezas de sua terra e de seu povo e, quando cala para descansar, ainda sofre críticas. Fleuma inglesa O protesto liderado por Guga, boicotando o Torneio de Wimbledon, pouco alterou o mau hábito dos ingleses. Pete Sampras é o 1º, apesar de estar em quinto no ranking de entradas. Só comprova o acerto do mané em não se sujeitar a imposições descabidas de organizadores que têm o rei na barriga e pensam ser superiores aos outros. Um dia vão descobrir que são tão mortais quanto qualquer um e a diferença em suas existências resida, talvez, na pouca quantidade de vezes que freqüentam o chuveiro e na grande quantidade de cerveja que gostam de tomar. Beberrões fedidos, posando de nobres. Estrangeiros Alguns jogadores mais esclarecidos, que atuam por algum tempo no futebol europeu – os chamados estrangeiros – já captaram o que significa ser ídolo dentro de campo e ter respeitado seus direitos fora. Quando voltam ao Brasil, se assustam. Claro que lá ocorrem exageros. Há pouco tempo, torcedores racistas da Lazio agrediram o Antônio Carlos, em Roma. Mas a noção de civilidade está bem mais evoluída. Não há como negar. Paizão Matéria do O Globo de ontem capta bem a essência da estratégia engendrada por Felipão para tentar o sucesso como técnico da Seleção. Diz o texto: “Como um bom pai, o técnico Luiz Felipe Scolari levou para a Seleção Brasileira vários jogadores que adotou nos clubes por que passou…” Sabe o Felipão que, assim, terá o grupo nas mãos, todos com uma dívida de gratidão. Nomes como Alex, Jardel, Marcos e Euller vêem Scolari como o responsável pela ascensão de suas carreiras. A convocação de Roger para a vaga de Serginho, só veio a confirmar a linha adota por Felipão. Lembra com propriedade a matéria: “Jardel, por exemplo, era um obscuro atacante do Vasco quando chegou ao Grêmio. Nas mãos de Felipão, o atacante virou ídolo no clube gaúcho e atualmente brilha no futebol europeu.” Que nojo! Está na Internet, no site do Terra: “Até a próxima sexta-feira, o departamento jurídico da CBF define a inclusão ou não do Remo na divisão de elite do futebol brasileiro de 2001. Nesta semana, o presidente do Senado, Jáder Barbalho, terá um encontro com Ricardo Teixeira, presidente da CBF.” Alguém acreditou quando esses cartolas – argh! – vieram falar de moralização, de respeitar rebaixamento, etc? Vão virar a mesa antes do início da competição, alguém duvida? Às vezes me pergunto: como gastar um tostão sequer para pagar ingresso e prestigiar um campeonato assim? Peladona A atriz Sabrina Ferilli prometeu que vai fazer um strip-tease no próximo dia 24, para animar mais ainda a torcida da Roma na festa oficial que o clube promove em comemoração ao título. Como no mundo do futebol nada se cria, tudo se copia, já pensou se a moda pega?
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