Com uma fala mansa, andar calmo e óculos de grau sobre os olhos experientes, Liberato Marinelli prefere não revelar sua idade.

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– O pessoal vai achar que eu estou muito velho e vai se perguntar o que eu ainda estou fazendo por aqui – brinca ao tentar justificar o motivo do segredo.

No entanto, os anos só deram experiência ao administrador de empresas e dono da Panificadora e Confeitaria Marinelli, comércio mantido por ele e a família há mais de 20 anos, no bairro Fátima. Desde que saiu de Jaraguá do Sul, em 1962, Liberato enfrentou alguns desafios na vida.

Se mudou para Joinville a trabalho e, durante 28 anos, dedicou-se ao emprego na Tupy. Depois de concluir a faculdade de administração, no colégio Santos Anjos, aceitou o convite para comandar a Associação Atlética Tupy. Em 1975, iniciou como vice-presidente e assumiu o cargo máximo logo no ano seguinte.

Liberato permaneceu durante 12 anos e acumulou títulos com as equipes de futebol (sete vezes campeã da Primeirona), judô e atletismo. O bolão 16 também ocupou lugar especial na vida do comerciante durante muito tempo. Começou como presidente da Liga Joinvilense e chegou ao cargo de diretor da Confederação Brasileira da categoria.

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Nesta mesma época, pôde acompanhar ainda mais de perto a trajetória vencedora da esposa Rita, que conquistou diversos títulos como atleta da seleção joinvilense e brasileira de bolão 16. Ainda no trabalho administrativo, Liberato ocupou cargos públicos, como diretor da Fundação de Esportes de Joinville, secretário regional do Sul e vereador no final da década de 80.

O negócio próprio surgiu em 1990, quando adquiriu uma propriedade no bairro Fátima e a transformou em panificadora. Desde então, ele e a esposa administram o comércio, que hoje emprega nove funcionários e é referência na região.

– Nós não fazemos imitação e é mantendo a qualidade que se chama atenção da clientela – explica.

Uma das grandes responsáveis por atrair esse público é a rosca produzida na Panificadora e Confeitaria Marinelli, famosa entre os clientes. Moradora do Boa Vista, a família chega à panificadora, diariamente às 5h30, e permanece até às 22 horas. Liberato faz entregas para restaurantes, hotéis e casas de festas, durante todo o dia.

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A esposa Rita, o filho Flávio e o neto Peterson também ajudam a tomar conta do comércio. O outro filho, César, é estudante de design e portador de deficiência física, motivo pelo qual permanece em casa, por ter dificuldades na locomoção até a panificadora. Ao olhar para trás e lembrar do que enfrentou, Liberato é seguro em dizer que foi bem em tudo.

– Muitos diziam que eu não ia dar conta, mas se você levar com seriedade e capricho consegue fazer tudo – defende.

Com uma saúde exemplar, ele ainda não parou de fazer planos para novos desafios e sonha cursar direito quando parar com a panificadora.