Foi liberado nesta segunda-feira o medicamento Erwinase, que estava retido no Aeroporto Hercílio Luz, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O remédio foi solicitado pelo Hospital Infantil Joana de Gusmão para o tratamento de Antonella Brandolt Severo, de três anos, que luta contra uma leucemia. A menina será internada nesta terça-feira para mais uma sessão de quimioterapia e a falta do medicamento poderia comprometer as chances de cura.
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A diretora de licitações da Secretaria de Estado de Saúde, Carla Rocha, explicou que a documentação exigida pela Anvisa, que comprova a segurança do medicamento, foi reencaminhada para o órgão. Além disso, o secretário de Saúde, Acelio Casagrande, que estava em Brasília, solicitou ao presidente-diretor da Anvisa a liberação do produto.
Segundo Carla, a justificativa e comprovações com relação ao produto já tinham sido encaminhadas desde o início do processo de importação. Mas, de acordo com a Anvisa, essa documentação ainda estava pendente. O procedimento é necessário porque o medicamento não tem registro no país e a Anvisa precisa ter certeza que ele não vai por em risco a vida do paciente.
Por volta das 17h desta segunda, o pai de Antonella, Nairo Severo, confirmou que recebeu a informação da SES de que o remédio havia sido liberado, mas se mantém incrédulo.
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— De tão calejado que eu estou com essa história, só acredito vendo, no hospital.
Solicitação foi feita em 2017
A medicação que a pequena Antonella precisa não foi comprada para ela. Segundo o setor de farmácia do Hospital Infantil, a solicitação de compra do Erwinase foi feita em março de 2017. Na época, o produto era destinado a duas crianças que faziam tratamento contra o câncer. No entanto, o processo de compra demorou porque a SES precisava encontrar um fornecedor que cumprisse com todas as exigências da Anvisa. Isso só aconteceu este ano. Os 55 frascos de Erwinase, que custaram R$ 286 mil, chegaram ao Brasil no dia 3 de abril.
Antonella vai para o hospital na manhã de hoje. A menina vai passar por uma bateria de exames e, em seguida, será internada para começar o sexto bloco do tratamento.