A liberação de depósitos compulsórios, dinheiro que os bancos são obrigados a deixar depositado no Banco Central, chegou a R$ 99,2 bilhões desde o agravamento da crise econômica internacional, em setembro de 2008, até o final de janeiro deste ano. A informação é do presidente do Banco Central, ministro Henrique Meirelles que fez uma palestra no IV Encontro de Lideranças, organizado pelo Conselho Federal Engenheira, Arquitetura e Agronomia (Confea).

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De acordo Meirelles, antes do agravamento da crise, em agosto de 2008 os depósitos compulsórios somavam R$ 259,4 bilhões.

– O Brasil não precisa usar recursos públicos para injetar liquidez [dinheiro disponível] no mercado, afirmou Meirelles. As medidas de liberação de depósitos compulsórios foram adotadas para aumentar a oferta de crédito, que com a crise financeira internacional foi reduzida. Segundo o presidente do BC, as medidas do governo já estão surtindo efeito.

Meirelles também informou que, depois do agravamento da crise, o BC vendeu dólares no mercado à vista (o dinheiro sai efetivamente das reservas para o mercado), no total de R$ 14,3 bilhões até o final de janeiro. Os leilões de venda de dólares, com compromisso de recompra pelo BC, somaram R$ 7,4 bilhões e os destinados a financiar o comércio exterior chegaram a R$ 6 bilhões. As operações de derivativos cambiais somaram R$ 33,3 bilhões. O presidente do BC lembrou ainda da medida para financiar dívidas no exterior de empresas brasileiras. Devem sair das reservas internacionais US$ 20 bilhões para financiar 4 mil empresas.

O presidente do BC disse que o Brasil entrou na crise em melhores condições do que outros países emergentes. Ele citou as reservas internacionais que somavam US$ 205,1 bilhões em agosto de 2008 e agora estão em cerca de US$ 200 bilhões. Além disso, o crescimento do país era sustentando pela demanda doméstica, com aumento da renda e do emprego. Segundo ele, outros países mais dependentes do comércio exterior têm uma posição mais fragilizada.

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