O Líbano constrói um muro perto do maior campo de refugiados palestinos do país para evitar que extremistas islâmicos se infiltrem ali, informou uma fonte militar nesta segunda-feira.

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O lotado e empobrecido campo de Ain al Hilweh, perto da cidade costeira de Sidon (sul), ficou famoso nos últimos anos por se tornar um refúgio de muçulmanos extremistas e foragidos.

O local também foi cenário de combates sangrentos entre o grupo islamita Jund al Sham e membros do movimento Fatah, do presidente Mahmud Abbas.

Em setembro, o exército anunciou a detenção no campo de um refugiado palestino suspeito de ter vínculos com o grupo Estado Islâmico (EI).

“A construção do muro começou tempos atrás e seu objetivo é impedir que terroristas se infiltrem no campo de Ain al Hilweh [vindos] de campos vizinhos”, disse uma fonte do exército nesta segunda-feira.

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“É uma medida de segurança”, tomada após a detenção de “terroristas fugitivos” que teriam se refugiado no campo, acrescentou.

Imagens publicadas há dias nas redes sociais mostram a colocação progressiva de grandes blocos de cimento a oeste de Ain al Hilweh, o maior campo de refugiados dos 12 que o Líbano abriga.

Para Fuad Othman, militante que vive no campo, este muro é um insulto para os refugiados palestinos, que o comparam com o que Israel constrói na Cisjordânia ocupada.

Alguns libaneses mostraram sua indignação nas redes sociais. “Em breve, as crianças de Ain al Hilweh farão desenhos sobre a Palestina e a liberdade no muro da vergonha”, escreveu um deles.

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Mais de 61.000 refugiados palestinos vivem em Ain al Hilweh, inclusive 6.000 que fugiram da guerra na Síria, segundo a ONU.

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