Em painel do 14º Congresso Estadual da Central Única dos Trabalhadores (Cecut), em Porto Alegre, na noite desta sexta-feira, o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, criticou ministros do governo Dilma e como o Congresso está lidando com as crises política, econômica e, segundo ele, social. Stédile afirmou que a crise econômica se deve à “dependência estrutural que a economia tem do capitalismo internacional e a influência que empresas estrangeira têm no nosso sistema”.

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– Falta para a Dilma um núcleo político que cerque-a, que possa fazer avaliações corretas do que está acontecendo. O núcleo político do governo está aquém das necessidades que o Brasil precisa. O Levy (Joaquim Levy, ministro da Fazenda) não tem uma visão de Brasil. O que ele está fazendo é um desastre. Espero que a Dilma veja logo para trocá-lo o quanto antes – disse.

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Quanto à crise política, o dirigente criticou propostas que a “burguesia” estaria querendo colocar em pauta, como reduzir os 39 ministérios. Para Stédile, a solução para as três crises estaria em encontrar programas de médio a longo prazo e “tirar o povão do sofá e levar às ruas”:

– A crise tem os seus contornos históricos e estruturais que não se resolvem em dois, três anos e nem com governo A ou B. Mesmo se o Lula tivesse concorrido, ele estaria enfrentando uma situação igual em termos de crise.

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O líder sem-terra ainda comparou o pedido de impeachment contra a presidente Dilma com o último Gre-Nal.

– É como se o colorado, depois que tomou 4×0, quisesse mudar as regras do jogo antes dele terminar (e o Grêmio fazer mais um). É isso que a burguesia fez. No segundo turno, quiseram mudar as regras – ironizou.

Em sua fala, o diretor do Instituto Lula, Paulo Vannuchi, também comentou sobre o tema.

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– Nós perdemos eleições e não partimos para uma covardia golpista – afirmou.

Os palestrantes foram acompanhados por centenas de pessoas, integrantes de movimentos sociais reunidos no salão da Igreja Pompéia, localizado no bairro Floresta.

O evento continua neste sábado, tendo como tema de debate os “impactos do ajuste fiscal do governo Sartori para o serviço público e o serviço privado”.

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