“Lembro que naqueles dias chuvosos a roupa não secava. Meus filhos eram pequenos e eu só tinha aquelas máquinas de madeira e precisava torcer as peças manualmente, mas daquele jeito não secava nunca. Então, para secar a roupa das crianças, coloquei fogo na churrasqueira e estendi as roupinhas ali. Secou, mas o cheiro ficou horrível, mas não tinha outro jeito. Durante esses dias, lembro também que fiz dois pães no forno, peguei mais mantimentos, roupas e levei no 23º BI. Mal eu saberia que no ano seguinte, em 1984, era eu que estaria na fila dos flagelados. Dia 17 de dezembro de 1984, deu uma enxurrada na Rua Emílio Tallmann, onde morávamos, e perdi tudo. Sobre 1983, minha irmã morava na Rua Pastor Osvaldo Hesse, e contava que ficaram sem energia elétrica e toda a comida estragou. Ficaram alguns dias sem ter o que comer e esperando ajuda que não vinha. Então começaram a matar as galinhas que eram criadas no terreiro.”

Continua depois da publicidade