O país precisa preocupar-se mais é em criar as condições reais para assegurar desenvolvimento, que tende a ser uma consequência dos avanços nos indicadores. ?

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O Brasil melhorou uma posição no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) elaborado anualmente pela Organização das Nações Unidas (ONU) com base em dados relativos à expectativa de vida, educação e renda. Apesar do pequeno avanço, que o deixa em segundo lugar no âmbito do Brics – o bloco dos países em desenvolvimento constituído por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -, o país evolui nessas áreas num ritmo cada vez menor.

Em consequência, segue atrás de parceiros sul-americanos como Chile, Argentina, Uruguai e Venezuela. E, depois de ter perdido espaço, desde 2008, para outros quatro países, tende a ser superado pela China. Por isso, na definição de suas políticas socioeconômicas, o país precisa persistir em aspectos que o façam avançar e corrigir logo os equívocos.

Pelo segundo ano consecutivo, representantes do governo brasileiro apressaram-se em contestar os dados utilizados para a comparação. A alegação é de que, se o ranking levasse em conta números mais atuais, o Brasil ficaria em 67o lugar, e não em 79o. O Planalto alega que melhorias recentes na expectativa de vida e no tempo médio de escolaridade não teriam sido contemplados.

Os dados levados em conta também no caso de outros países, porém, nem sempre são os mais recentes, mostrando que essa não é a questão essencial. O país precisa preocupar-se mais é em criar as condições reais para assegurar desenvolvimento, que tende a ser uma consequência dos avanços nos indicadores.

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No levantamento divulgado agora, o Brasil é citado entre os países em ascensão no ranking do desenvolvimento pelo acerto de suas políticas sociais, com ênfase para o Bolsa Família. A ação, porém, não encontra consenso entre integrantes do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Na representação brasileira da organização, o Bolsa Família é visto como modelo a ser seguido sem ressalvas por outros países. No escritório em Nova York, a visão é de que a iniciativa é eficaz, mas os efeitos, em grande parte, são de curto prazo.

Como reconheceram também os responsáveis pelo levantamento, as dificuldades brasileiras no âmbito socioeconômico são resultantes de “problemas históricos”. Por isso, o Brasil precisa acelerar medidas capazes de torná-lo um país mais justo e menos desigual.