É possível ficar viciado na rejeição amorosa? Para a antropóloga Helen Fisher, a resposta é sim. Grande parte do sofrimento e da angústia causados pela rejeição podem estar associados a uma área específica do cérebro, afirma a cientista da Rutgers University, nos Estados Unidos.

Continua depois da publicidade

O estudo, publicado na edição de julho do ‘Journal of Neurophysiology”, mostra que os efeitos negativos da rejeição amorosa podem ser difíceis de controlar, e também pode ajudar a entender por que algumas pessoas acabam ficando obcecadas pelo ex-parceiro.

No estudo, Fisher e sua equipe usaram a ressonância magnética para registrar a atividade cerebral de 15 universitários que haviam tomado um fora da pessoa amada. Todos os participantes afirmavam ainda estar apaixonados pelo ex. Para garantir que ainda estavam realmente focadas no antigo relacionamento, as pessoas passaram por um teste conhecido como “Passionate Love Scale”, que determina a intensidade dos sentimentos amorosos. Todos os participantes afirmaram passar pelo menos 85% do tempo pensando no ex e em formas de reconquistá-lo. Por último, passavam pela ressonância, que indicava que áreas do cérebro estavam ativas enquanto elas pensavam na relação fracassada.

:: Qual é o seu estilo de paquera? Clique aqui e descubra!

A tese de Helen Fisher confirma que o amor romântico está ligado ao sistema de recompensas e à motivação. O sofrimento causado pelo fim do término não é um sentimento que pode ser superado com facilidade, já que funciona como um vício. Aqueles que têm mais dificuldade para superar uma perda podem estar lutando contra um forte instinto que é a base de muitos vícios, e por isso é tão difícil de ser tratado, afirma a antropóloga.

Continua depois da publicidade

Segundo Helen Fisher, é preciso tratar o fim da relação com um programa de desintoxicação e lembrar que o tempo realmente cura todas as feridas. Primeiro, pare de falar, ver fotos ou trocar mensagens com a pessoa amada para desativar a área do cérebro associada ao apego. Jogue fora ou esconda presentes, cartas, roupas e outros objetos que estimulem lembranças. Depois, foque no que deu errado, para incentivar o cérebro a registrar as experiências ruins e aprender a superá-las. Por último, resista a tentação de entrar em contato com o ex após alguns meses sem contato, para não correr o risco de reativar esta região cerebral.