A menos de duas semanas do final do ano, Itajaí atinge um índice inédito no controle da dengue. Pela primeira vez desde que começou o acompanhamento regular da proliferação do mosquito transmissor, há 13 anos, a cidade não teve focos da dengue identificados.
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De janeiro a dezembro de 2012, nenhuma das 590 armadinhas espalhadas pela cidade apresentaram larvas do aedes aegypti, mosquito transmissor da doença – uma redução significativa, já que, em 2011, 16 focos positivos haviam sido encontrados.
A diferença surpreendeu até mesmo o coordenador do Programa de Combate à Dengue de Itajaí, Lúcio Vieira. Segundo ele, a mudança é resultado de uma conjunção de fatores que inclui desde o trabalho de prevenção até uma redução natural e cíclica na proliferação.
– Em todo o Estado houve uma redução importante – diz Vieira.
O pico do transmissor da dengue em Itajaí ocorreu em 2009, quando, de acordo com dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado (Dive), 40 focos foram registrados. Desde então ocorre uma redução gradual. No ano passado, a maioria dos focos estava no Bairro São João – especialmente em casas onde se armazenava água da chuva para molhar as plantas.
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O trabalho de conscientização foi intensificado no bairro, inclusive com avisos e anúncios nas igrejas, e distribuição de capas para tampar os reservatórios. Vieira não teme que os cuidados da população diminuam em função da redução no número de focos.
Segundo ele, a prevenção é um hábito que, aos poucos, tornou-se parte da vida das pessoas. Mas acredita que o calor dos últimos dias, que estimula a proliferação do mosquito aedes aegypti, possa resultar em novos pontos de contaminação.
– Estas semanas de temperatura alta poderão trazer uma grande quantidade de focos nos próximos meses. Mesmo assim, nossa meta é continuar no zero – avisa.
Além de Itajaí, outras três cidades da região não registraram focos em 2012, de acordo com a Secretaria do Estado da Saúde: Camboriú, Penha e Balneário Piçarras.
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Sem focos, mas com vítimas
Embora não tenha registro de focos do mosquito da dengue, Itajaí é a cidade que mais teve suspeitas de contaminação pelo aedes aegypti na região em 2012. Ao todo, 26 casos foram investigados. Cinco se confirmaram e um segue em apuração. Os demais foram descartados.
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) investigou este ano, ao todo, 52 casos suspeitos de dengue na região. Destes, apenas nove se confirmaram, em Itajaí e Bombinhas.
A Dive esclarece que, na região, todas as contaminações ocorreram em outros estados, e as vítimas acabaram sendo atendidas em Santa Catarina. O único caso autóctone – de contaminação local – este ano, no Estado, foi registrado em Joinville.
Região tem 40 focos do mosquito
Entre os nove municípios da região, cinco tiveram focos do mosquito da dengue em 2012. São 40 registros no total, a maioria deles em Bombinhas, onde 22 pontos deram resultado positivo para a presença do mosquito aedes aegypti.
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Balneário Camboriú é a segunda cidade com mais casos. São 12, que recebem fiscalização constante das equipes de combate à dengue no município.
– Cada vez que aparece um foco, uma área de 300 metros ao redor dele passa a receber os agentes a cada dois meses, por um período de um ano – explica o coordenador do Programa de Combate a Dengue na cidade, Márcio Passing.
É assim na casa da vendedora Rovani Casalli, 22 anos, que mora no Bairro dos Estados e recebeu ontem a visita dos agentes de combate à dengue.
– Tomo cuidados em casa, e acho muito importante o trabalho que eles fazem. É prevenção e saúde – diz.
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Embora a quantidade de focos ainda seja elevada, Balneário tem em 2012 quatro a menos do que no ano passado. Para o coordenador do programa, o resultado é decorrente das ações de fiscalização e conscientização.
Como combater a dengue
? Não deixe água acumulada sobre a laje
? Jogue no lixo todo objeto que possa acumular água, como embalagens usadas, potes, latas, copos e garrafas vazias
? Guarde garrafas, para retorno ou reciclagem, com a boca para baixo e em local que não acumule água
? Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira bem fechada
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? Não jogue lixo em terrenos baldios
? Mantenha o saco de lixo bem fechado e fora do alcance de animais
? Mantenha a caixa d’água completamente fechada
? Tampe tonéis e barris d’água
? Encha de areia até a borda os pratinhos dos vasos de planta ou lave com escova, água e sabão semanalmente
? Lave semanalmente, com escova e sabão, os tanques usados para armazenar água
? Remova folhas, galhos e tudo o que possa impedir a passagem da água pelas calhas
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