Por conta do ajuste fiscal do governo federal e do orçamento de 2015 ainda não aprovado pelo Congresso Nacional, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) estaria enfrentando problemas de caixa para fazer pagamento às construtoras que estão executando obras pelo país. E a falta de recursos seria uma ameaça às obras da Ponte Anita Garibaldi, em Laguna, maior obra da União em Santa Catarina.

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É o que afirma o presidente da Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias (Aneor), José Alberto Pereira Ribeiro. Ele diz que a entidade está fazendo um mapeamento das obras que pararam ou estão andando lentamente no Brasil por esse motivo. A ponte em laguna seria uma das que corre o risco de parar.

– E é uma obra para acabar em 30 dias, só falta a iluminação – disse Ribeiro, destacando que faltariam cerca de R$ 100 milhões em pagamentos para o consórcio que executa a ponte.

Na outra ponta, a construtora Camargo Corrêa, que é líder do consórcio, e o DNIT em Santa Catarina negam qualquer possibilidade de interrupção. Por meio de nota, a empresa disse que “a informação de atraso não é procedente e as obras da Ponte Anita Garibaldi seguem o cronograma conforme contrato firmado pelo Consórcio com o DNIT.” Afirma também que o projeto está em fase de finalização.

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A superintendência estadual do DNIT reforçou que a obra deve ser entregue até o final de maio. Mas revela também que há ainda uma pendência entre o órgão e a construtora. Está sendo realizada uma repactuação do contrato – um acréscimo ou mudança de itens no acordo de construção da ponte – em relação a alguns serviços executados, que devem deixar o preço final da ponte mais alto do que o previsto originalmente.

– São serviços que não estavam previstos e precisaram ser executados, como a pavimentação, por exemplo. É coisa normal de obra – disse Vissilar Preto.

Ele também disse que não há atrasos no pagamento. O que ocorreria, às vezes, seria uma demora na liberação devido às medições de quanto avançou cada etapa da construção.

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No final de fevereiro foram pagos cerca de R$ 16 milhões referentes a novembro do ano passado. Há cerca de R$ 20 milhões sendo liberados relativos a dezembro e faltariam R$ 39 milhões da etapa final, a ser concluída até maio. Mas esses valores não levam em conta a renegociação de alguns itens do contrato.

Foto: Caio Marcelo / Agência RBS

* Com informações da Agência Estado