A segunda-feira ainda começava a clarear quando o pescador Isaias Silva, de 33 anos, acordou assustado com o impacto da batida do barco em uma pedra na praia de Itaguaçu, em São Francisco do Sul. A embarcação ficou encalhada.

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– Quando eu olhei para o chão, a água já tava batendo no quarto e eu só ouvia o mecânico gritando: “levanta pessoal, pelo amor de Deus, o barco tá virando” – contou o pescador.

Assim como Isaias, todos os tripulantes da embarcação estavam dormindo no momento em que o naufrágio ocorreu, por volta das 4 horas.

– Pareceria terrorismo. Fez muito barulho, como se tivesse quebrando tudo – descreveu o outro pescador, Jaime Souza, de 23 anos.

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Este seria o 17º dia em que a embarcação que veio de Cananéia, São Paulo, e percorria o litoral Sul estaria no mar. Mas o barco já estava parado há quatro dias devido ao mau tempo, na praia da Enseada, em São Francisco do Sul.

– A gente recebeu a orientação da Marinha para ancorar por causa do tempo ruim, quando parou em Itajaí para abastecer a embarcação com gelo – relatou Isaias.

Como não havia nada para fazer no domingo, eles jantaram, foram dormir e só acordaram quando a embarcação já havia sido carregada pelo mar até Itaguaçu.

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O impacto da batida também fez com que o desespero tomasse conta do tripulante Moisés Costa dos Santos, de 33 anos.

– O susto foi grande, ainda mais que eu não sabia o que estava acontecendo e só via espuma quando olhava em volta – confessou.

Depois disso, o pescador contou que a primeira reação foi a de tentar salvar o barco, mas como não conseguiram fazer nada, a opção foi a de tentar recuperar tudo o que tinha dentro do barco.

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Um morador de Itaguaçu, que tem casa em frente ao local do acidente, foi a primeira pessoa da região a ouvir o barulho da batida e a prestar os primeiros socorros aos náufragos. De acordo com os tripulantes, ele cedeu a casa para guardar os pertences pessoais e também serviu café da manhã.

A moradora Maria Aparecida Resende Ragioto também serviu café para os pescadores.

– Eu fiquei comovida com o acidente e fiz café para eles, pois devem estar com fome – disse ela.