Desde que começou a operação de limpeza do prédio onde funcionava a boate Kiss, em Santa Maria, na manhã desta quarta-feira, familiares de vítimas da tragédia _ que passaram a noite em vigília na frente do local _ reclamaram de uma possível descaracterização do prédio.
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:: Processo de limpeza da Kiss começou nesta quarta-feira
:: Sapatos, roupas e carteiras de vítimas foram achados na limpeza da boate
:: Para Justiça, familiares de vítimas da Kiss devem pagar por descontaminação de objetos pessoais
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Segundo eles, o procurador da Eccon Empreendimentos, dona do prédio, Adauto Mello, teria informado que seria removida parte da fachada do local, inclusive o letreiro da boate.
_ Não queremos que isso aconteça porque seria mais uma forma de fazer com que esqueçam essa tragédia toda _ diz o presidente do grupo Santa Maria do Luto à Luta, Flávio Silva, pai de uma das 242 vítimas.
Em entrevista à imprensa, Mello negou que a fachada será modificada. Segundo ele, ao longo da semana de trabalho, haverá apenas a retirada de materiais que possam dificultar a entrada no prédio ou que prejudiquem a segurança dos trabalhadores que fazem a limpeza do local.
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Luiz Fernando Smaniotto, advogado que representa a Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), chegou a procurar o juiz Ulysses Louzada, que cuida do caso, para pedir a garantia de que só haveria trabalhos no interior do prédio.
O juiz confirmou que, conforme o plano apresentado pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para a limpeza do local, não haveria mudanças estruturais.
_ Precisamos intervir na fachada retirando madeiras que estavam soltas até uma altura de cerca de 1m50cm. Elas foram removidas _ explicou o engenheiro químico da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Mário Kolberg Soares.
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