Manter-se atualizado na profissão exige mais do que dedicação durante o horário de trabalho e leituras de manuais e livros técnicos. Para se tornar mais competitivo no mercado é importante ir além e cultivar o hábito de ler temas variados.

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Para o coordenador do curso de Administração da Faculdade Estácio de Sá, Sérgio Luiz Curti, a consequência de não ler é um vocabulário mais pobre e dificuldade em expressar-se na norma culta da língua.

– Consigo identificar no dia a dia o aluno que lê. É fácil distinguir aquele que conhece a língua portuguesa – comenta Curti.

Nas aulas, o professor recomenda a leitura de livros didáticos, revistas, sites de atualidades e, inclusive, obras que possam se relacionar indiretamente com a administração, como A Arte da Guerra.

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Esse costume, contudo, vem sendo negligenciado pelos estudantes brasileiros. A última pesquisa do Instituto Pró Livro mostrou que entre 2007 e 2011, o número de obras lidas pelos universitários ao ano caiu de 8,3 para 7,7.

A professora da Escola Superior de Administração e Gerência da Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc), Dannyela da Cunha Lemos, acredita que hoje há uma alta disponibilidade de informação e maior facilidade de acesso à leitura por meio das ferramentas tecnológicas. O que precisa ser aperfeiçoado é a escolha de obras que podem agregar valor à formação.

A especialista ressalta que o hábito nem sempre será valorizado de forma direta em entrevistas de seleção, mas as consequências vão pesar favoravelmente ao candidato a um posto de trabalho.

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– Alunos com leituras variadas conseguem, com maior frequência, estabelecer conexões entre temas variados e desenvolver um pensamento sistêmico, com uma noção mais ampla da realidade – explica.

O gerente comercial da Resultados Digitais, Gabriel Lopes Silva, 26 anos, reconhece que o hábito de ler ajuda na profissão. Ele lê em média de 18 a 20 livros por ano entre obras de negócios e outras para lazer, como romances e biografias.

– Você está sempre exercitando a cabeça, adquire um conhecimento aprofundado de várias áreas. Se já tem o conhecimento, é mais fácil na hora de falar com os clientes – conta Silva.

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Inspiração em obras de aventura

Os livros e artigos sobre novos negócios foram a alternativa para o designer gráfico Ítalo de Oliveira Mendonça, 27 anos, adquirir conhecimentos para iniciar a startup Mooral, especializada em oferecer currículos online e facilitar a contratação de promotores de eventos. Incentivado a ler desde pequeno, Mendonça consulta livros de webdesign e ferramentas digitais e busca inspiração em famosas obras de aventura como Senhor do Anéis e Guerra dos Tronos.

– Como design é uma área mais criativa, também procuro referências em graphic novels. Com isso acabo misturando lazer e trabalho – comenta.

Além da leitura, Mendonça também valoriza hábitos que estimulam a criatividade e o tornam um profissional mais interessante, como ouvir música e ir ao cinema. Outros profissionais optam ainda por jogos.

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