Motoristas indignados faziam sinal de negativo enquanto os operários da Autopista Litoral Sul sinalizavam as obras na BR-101 em Itajaí, na tarde desta quarta-feira. O trânsito não estava completamente parado por volta das 14h, mas a lentidão tirou a paciência de muita gente. Especialmente dos desavisados. Quem não costuma passar pela ponte sobre o Rio Itajaí-Mirim, ficou surpreso ao encontrar o trecho com trânsito lento em ambos os sentidos.
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Durante a manhã, a fila chegou até a ponte sobre o Itajaí-Açu, que divide Itajaí e Navegantes. A criançada que viajava com os pais aproveitou para tirar uma soneca. Os motoristas de caminhão, que passam pela via quase todos os dias, estavam preparados para a interdição. João Marques, 39 anos, leva tubos de esgoto todos os dias de Balneário Camboriú para a obra de um loteamento no bairro Santa Regina, em Itajaí.
_ Hoje até está tranquilo, ontem (terça-feira) fiquei trancado na BR das 11h até as 14h _ conta sorrindo.
O sorriso de João é mais de conformismo que de felicidade. O transporte de cargas é intenso no trecho e não resta aos caminhoneiros um caminho alternativo. Ele conta que com o caminhão carregado é difícil passar por dentro da cidade, além de ser perigoso para os moradores.
Cristiano da Silva, 26, perdeu uma hora na fila da BR-101 nesta quarta, mas não se queixa. Caso tentasse cortar caminho pelos bairros de Itajaí perderia o mesmo tempo e não poderia passar por muitas ruas, onde o trânsito de caminhões é proibido.
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Jaime Rafael, 26, trafega entre duas e três vezes pelo trecho durante a semana e nesta quarta pela primeira vez pegou fila. Ao ser informado pela reportagem de que a obra deve durar pelo menos um mês, o caminhoneiro apenas deu de ombros e disse que seria obrigado a encarar a lentidão.
O presidente do sindicato dos motoristas autônomos, Ademir de Jesus, explica que essa espera na BR-101 sem dúvida se reflete em perda para os caminhoneiros. Como há uma legislação que regulamenta que o trabalhador tenha 11 horas diárias de descanso além de uma parada de meia hora a cada quatro horas trabalhadas, o tempo que se perde nas filas poderia estar sendo melhor usado, como no recarregamento.