Um procedimento minucioso e quase artesanal tem ganhado fama no Brasil, impulsionado, especialmente, pelas celebridades. Popularizadas sob o nome de lentes de contato dentais, as facetas laminadas são uma espécie de capinha que recobre os dentes eliminando imperfeições.

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Utilizando peças de porcelana finíssimas — têm, em média, 0,3mm — coladas no esmalte, o profissional consegue harmonizar o sorriso do paciente em um prazo que pode variar entre três e quatro semanas. Apesar de alcançar um resultado muito mais rápido do que os aparelhos ortodônticos, a decisão de indicar ou não o tratamento requer tempo e uma análise detalhada dos objetivos desejados.

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Antes de sentar na cadeira do dentista, é preciso fazer uma longa entrevista para expor suas necessidades.

— É uma técnica de transformação e aprimoramento do sorriso que transcende o processo de chegar ao dentista e restaurar. É muito mais profundo. Mexe com o psicológico e com a maneira que as pessoas interagem na sociedade — observa Julieta Gomes Tavares, professora de dentística restauradora da PUCRS e uma das pioneiras em cursos da técnica no país.

Esse passo é fundamental para garantir a satisfação do paciente, pois o processo é de difícil reversão. Julieta explica que, embora possível, a remoção das peças é complicada:

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— Precisa usar broca e acaba tocando no esmalte. É um procedimento que deve ser feito com bom senso e rigidez no protocolo para evitar esses problemas.

Confira mais informações sobre o procedimento.

Como é feito

Nem todas as pessoas podem ter indicação para fazer o tratamento, assim como não há necessidade de fazê-lo em toda a boca. É possível melhorar a aparência de apenas um ou dois dentes, conforme avaliação do profissional.

Passada a etapa da entrevista, são feitos exames clínicos que avaliam a saúde bucal e a possibilidade de executar o procedimento. Se tudo estiver em dia, o dentista fotografa os dentes e faz uma série de cálculos e análises no computador para definir o padrão das facetas. A partir dessas informações, é elaborado o mock up, tipo de molde no qual são feitos os últimos ajustes antes da confecção das “lentes”. Esse é o primeiro contato visual que o indivíduo tem com o novo sorriso. Depois de acertar todos os detalhes, as facetas são produzidas.

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Antes da colocação, os dentes são preparados para receber as facetas, o que pode ou não exigir o desgaste dental:

— Se os dentes são pequenos e há espaço entre eles, não é necessário desgastar. Para os maiores ou mais jogados para frente, pode-se precisar desse passo — diz Julieta.

Na última sessão, as facetas são coladas com um cimento resinoso, similar ao usado em restaurações. Depois de finalizado o procedimento, os únicos cuidados recomendados são os de higiene básica. Também é importante visitar o dentista uma vez por ano para avaliação das lentes e realização da manutenção, quando necessário.

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Quem pode fazer

Pessoas que têm os dentes muito pequenos em relação à arcada dentária, espaços grandes entre eles ou mesmo dentes em formato inadequado são alguns dos casos com indicação para o tratamento, que é contraindicado para fins específicos de clareamento. Como as facetas são muito finas, fatores como cor do dente natural e do cimento podem influenciar no tom final:

— Para clarear muito, teria de fazer uma faceta muito grossa ou opaca, o que não fica natural — observa Julieta.

Mordida errada e bruxismo severo são alguns dos impeditivos para fazer o procedimento.

Tem risco?

Considerado seguro por dentistas, o procedimento deve ser feito por um profissional treinado.

— A taxa de sucesso é extremamente elevada, desde que o planejamento seja bem feito — garante o professor da Associação Brasileira de Odontologia Eduardo Mota.

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— Não é um tratamento novo, é consolidado. Tem muito artigo científico sobre o tema — completa Mota.

Estudos já atestaram que a duração das facetas na boca pode superar os 12 anos.