Os jornais têm publicado periodicamente reportagens sobre a ação dos governantes militares, quando aparecem como vítimas alguns desaparecidos em todo o Brasil. Na última, falaram a respeito do desaparecimento de Paulo Stuart e de Padre Alipio. Conheci ambos no Sul, Laguna, Tubarão e Araranguá e na década de 60, antes do chamado golpe militar, davam palestras e conferências divulgando e incentivando um regime totalitário com base no comunismo no Brasil. Não estou com isso bajulando os militares, mas sim procurando trazer a verdade. Pergunto: se Paulo Stuart e Padre Alipio, naquela época, fossem à Rússia ou à Cuba, à Albania ou à China e pregassem contra os regimes destes países, que reação provocariam eles nos governantes? O desaparecimento não se justifica. Mas parece que esta CNV está somente levantando dados de um lado. E os militares mortos pela guerrilha, aqui mesmo no Brasil, também deveriam ter uma Comissão da Verdade. Querem acabar com a credibilidade das nossas Forças Armadas.

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José Reinoldo Rosenbrock

Timbó

Existe vasto material sobre os atos de terror que os movimentos revolucionários de esquerda deflagraram em todo o país nos chamados “Anos de Chumbo”. Estranho que os jornais não gastem a mesma energia para tornar públicas aquelas ações, inclusive com a divulgação dos cerca de 120 mortes que os revolucionários causaram, diversas delas cruelmente. Não é verdade que os guerrilheiros queriam combater os governos da época para substituí-los por uma democracia. Isso é história da carochinha e já foi desmentida por eles próprios. Seria importante para o rigor jornalístico que o outro lado da moeda fosse apresentado à sociedade, ainda que contrariasse os interesses políticos que parecem estar, por assim dizer, “norteando” o trabalho da imprensa outrora livre no Brasil.

Eugênio Moretzsohn

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Florianópolis

As válidas, embora tardias, denúncias de torturas pela Comissão da Verdade, para serem otimizadas deveriam também elucidar os assassinatos de Celso Daniel e do prefeito de Campinas. Além disso, deveriam analisar se os que se proclamam torturados não foram apenas interrogados de forma ameaçadora. Pois os verdadeiros torturados estão mortos. E os que se acham ex-torturados estão vivos, muito vivos.

Ernani Vilela

Florianópolis

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