A escolha por Buenos Aires, capital da Argentina, foi teimosia. Algumas pessoas próximas diziam que o bom mesmo era ir para Santiago, no Chile. Mas pensar nos cafés, nas ruas arborizadas, na praça de San Telmo e o “zero” preconceito pelos gringos fez com que o destino se mantivesse.
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O objetivo da viagem era curtir as férias de fim de ano e tentar viver um pouco como os bonaerenses. Conhecer sobre a relação da cidade com as pessoas. Escolher destinos além dos turísticos. Poder dormir até tarde, andar de ônibus e metrô, ir ao supermercado e criar algum tipo de relação com os locais.
Por isso, o planejamento começou por escolher alugar um apartamento – a estadia durou nove dias – e não ficar em hotel. O bairro tinha que ter a ver com a gente – viajei com meu marido -, queríamos nos sentir em casa. Deu certo! Palermo é um bairro cosmopolita, moderno e seguro.
Todas as manhãs (quando não dormíamos até tarde), comprávamos o jornal na banca ao lado “de casa” e tomávamos café da manhã no Oui Oui: nas mesas, pessoas de todas as partes do mundo, clima acolhedor e onde ouvimos pela primeira vez Roberto Carlos em espanhol.
Claro que estivemos em pontos turísticos como o Malba (Museu de Arte Latino-Americano de Buenos Aires), o Jardim Japonês, a Feira de San Telmo, Puerto Madeiro, o Zoológico, a Livraria Ateneu e o Teatro Cólon. Ah, uma boa dica também é a Galeria Bond Street, espaço alternativo com sebos, lojas de CD, tatuadores, brechó e novos designers. Parece uma mistura de Galeria do Rock e Galeria Ouro Fino, ambas em Sampa.
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Em uma de nossas andanças, encontramos o Notorious, um espaço de música, com muito CD de boa qualidade, samba brasileiro com feijoada aos sábados e pocket shows à noite. Tivemos a sorte de ir ao show do Ibrahim Ferrer Junior, filho de um dos músicos do Buena Vista Social Club – famosa reunião de músicos cubanos que virou disco e filme.
Mas nos encantamos mesmo em conhecer os arredores do “nosso” bairro. Em Palermo, estivemos numa das livrarias mais envolventes que conhecemos, a Eterna Cadencia, num casarão antigo, onde se toca a campainha para entrar num ambiente sem pressa.
Todos os domingos rola a feirinha de Palermo, onde circula muita gente descolada em busca de novos designers locais e grandes marcas que têm suas lojas próximas ali, como a Rapsodia. Uma inspiradora descoberta foi a loja de decoração Paul, que tem vários itens para o bom viver. Logo ao lado de Palermo tem o Bairro Belgrano, uma boa surpresa. É lá que fica o bairro chinês deles, com muito cacareco e comida na rua.
Buenos Aires vale muito a pena. Queremos voltar em breve.
Confira mais informações sobre Buenos Aires na edição impressa do Santa desta terça-feira