Crianças abandonadas na indigência, muitas que vivem em favelas, crescem desamparadas, maltratadas e famintas. Seus exemplos são os criminosos enriquecidos pelo tráfico, que passeiam seu sucesso na favela pobre. Perguntaram a um menor, de oito ou nove anos, o que ele queria ser no futuro: “Quero ser bandido”, disse ele. E assim continua a formação de gerações de criminosos nas favelas do Brasil.

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Quando Leonel Brizola começou a construir escolas integrais, chamadas Ciacs, não foi seguido pelos dirigentes do país. Nesses estabelecimentos, as crianças passariam o dia todo fazendo três refeições, participando de aulas, atividades de lazer e sendo iniciadas em uma profissão. Ao se formarem, já sairiam com uma atividade inicial, podendo fazer estágio em uma empresa e seguir uma vida útil, salvando-se da marginalidade.

As autoridades quiseram fazer uma falsa economia não mantendo essas escolas, abandonando os menores à miséria e ao tráfico, aumentando assombrosamente o efetivo policial, equipado com armamento moderno, caríssimo, milhares de hospitalizações por ferimentos e indenizações, de custo maior que o investimento em escolas integrais que resolveriam o problema.

Cinco mil escolas integrais educariam 3,5 milhões de crianças. Um programa como este custaria quanto? R$ 12,5 bilhões? Pode o governo comprar mais armas, mais helicópteros, formar mais policiais com métodos mais sofisticados, gastando todos os anos bilhões na repressão ao crime e este crescerá sempre porque as fontes dos crimes, os abandonados, os desprezados, os famintos, continuarão alimentando o efetivo dos malfeitores e bandidos. Tudo cairá por um saco sem fundo, pois os criminosos aumentarão sempre se a infância continuar abandonada.

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