Ministro José Eduardo Cardozo, acompanhamos sua trajetória política desde sua vereança em São Paulo. Observamos sua conduta que sempre nos pareceu íntegra e nunca vimos seu nome no baixo mundo da politiquice. Olhando a vida atual da população brasileira, maltratada e tripudiada por aproximadamente 400 mil criminosos soltos nas ruas por não haver lugar nos presídios superlotados, há necessidade urgente da construção de mais cem presídios.

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Não se pode aceitar a vergonhosa inércia do governo federal, que determinou o relaxamento das prisões, desde a gestão do ministro Márcio Thomaz Bastos, o que permitiu a libertação de bandidos e eliminou ainda o exame criminológico – feito ao final da pena do sentenciado, para verificar sua sanidade e grau de periculosidade para a sociedade e que, ao deixar de ser realizado, coloca nas ruas psicopatas e assassinos que logo reiniciam sua vida criminosa. Nessa estratégia de não construir presídios, há um gritante erro de cálculo. Não se faz economia, pelo contrário. Gasta-se muito mais na luta contra a criminalidade.

Em vez de prender e reeducar para a vida, como fazem poucos presídios no Brasil e como se faz na Suécia e na Holanda, países que estão fechando prisões. O senhor reconhece que deve construir presídios mas não o faz por não encontrar apoio de certas forças. Um ministro da Justiça que percebe uma necessidade e não a corrige por falta de apoio? Apoio de quem? De forças ocultas? Não se submeta aos medíocres. Senhor ministro, não faça parte do rebanho dos que só dizem “amém”. Enfrente a situação, dê um murro na mesa, proteste mas não aceite restrições à sua função. Valha-se desta hora para ser um estadista e estar à altura de um Getúlio Vargas, de um Osvaldo Cruz, de um Cândido Rondon e de muitos outros que assinaram lugar na história.