A fabricação de armas nucleares, que Fritjof Capra (Ponto de Mutação) chama de “custos de uma loucura nuclear coletiva”, leva a um estoque fabuloso de dezenas de milhares de armas – suficiente para destruir o mundo inteiro várias vezes. Esta corrida armamentista prossegue a uma velocidade incoercível. Enquanto isto acontece, mais de 15 milhões de pessoas, principalmente crianças, morrem anualmente de fome; mais de 1 bilhão de seres humanos estão gravemente subnutridos e o meio ambiente desaparece.

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Por este “progresso”, mais de 40% da população mundial não têm acesso a serviços profissionais de saúde e saneamento básico, e mesmo assim muitos países em desenvolvimento gastam três vezes mais em armamentos do que em assistência à saúde, e mais de 30% da humanidade carecem de água potável. Ficando no Brasil, considerando nosso meio ambiente natural, tudo está se deteriorando gradativamente, seja pela especulação imobiliária, seja pelas políticas públicas e/ou planos diretores forjados para interesses e ambições criminosas de uma parte poderosa da sociedade. Nos próximos 25 anos o crescimento demográfico registrar-se-á essencialmente nas cidades, sobretudo nas dos países menos desenvolvidos.

Até 2030, mais de 60% da população mundial viverão em zonas urbanas, e uma urbanização tão rápida levanta importantes problemas, que vão da pobreza à criminalidade passando pelo desemprego e pela tóxico-dependência. Vivemos uma vida insalubre, consequência do desenvolvimento ou crescimento da economia, consequência também do surgimento de um meio ambiente físico e mental que propicia a vivermos com medo, doentes e inseguros. Quem poderia, no poder, falar com o meio ambiente para pedir que pare sua vingança mortal?