Uma suposta sensação de impunidade que os brasileiros possivelmente terão após um eventual segundo julgamento de alguns réus da ação penal 470 é fruto da expectativa que foi criada pelo Ministério Público Federal (MPF) na elaboração da tese de acusação. Em algumas acusações, a adesão dos ministros foi unânime ou majoritária com ampla margem. Mas, em outras, a corte ficou claramente dividida. Os ministros tiveram de votar com a “faca na garganta” em plena campanha eleitoral com diversos partidos políticos tentando tirar proveito eleitoral do julgamento. Para piorar, o STF avocou para si o julgamento em ação originária de réus sem foro privilegiado. Foi um festival de exceções desnecessárias. Agora, sem aquela pressão toda, as contradições aparecem mais claramente e a oportunidade de saná-las é vista pelos ministros como uma chance de não deixar a corte mal vista perante os tribunais internacionais.
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