Estranhei o veto da Arquidiocese do Rio de Janeiro ao curta de Padilha, que deveria fazer parte do filme “Rio, eu te amo”. O motivo seria porque o personagem (Wagner Moura) desabafa diante do Cristo, solta palavrões e cobra do Redentor uma participação maior na sociedade. Estranho o veto: 1) O Cristo é um monumento público e não entendo como a Cúria pode ter direitos exclusivos à sua imagem. Quanto à capela/santuário na base do monumento, essa sim é espaço religioso. 2) A censura a uma obra artística, concebível outrora num regime de cristandade, é indevida e contraproducente. 3) Quanto à “cobrança de uma participação maior do Redentor”, os salmos e profetas na Bíblia o fazem repetidamente, sem qualquer censura. E não a uma estátua, mas ao próprio Deus.
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