“Na agricultura, nem sempre o que se planta se colhe, até porque o clima pode ser determinante. No agronegócio o que se plantou se colhe e com muito lucro, o que salva o Brasil das aparências de um país emergente. Na campanha de Lula prometeu-se uma revolução na educação. O ex-ministro de FHC, Paulo Renato de Souza, pioneiramente implantou a avaliação da qualidade do ensino, a qual foi sabiamente imitada por Lula. Entretanto, até o presente essas avaliações tem servido só para evidenciar a persistente decadência do ensino público em todos os níveis.
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Nos últimos onze anos, sequer um projeto de reforma para a educação foi proposto. Sintomaticamente, o poder dos sindicatos (ideologicamente comprometidos) aumentou no período, a ponto de as instituições de ensino estarem virtualmente sitiadas por sindicalistas. O governo não fez os deveres de casa. Durante todo o período o MEC foi politicamente utilizado, mais como expediente para pavimentar a carreira de militantes mais bem comportados e menos, como órgão público para promover a reforma prometida. Foi o caso de Haddad (prefeito de São Paulo) e ao que tudo indica, é o caso de Aloísio Mercadante.
O povo colhe o que eles plantaram: cidadãos semi-analfabetos constantemente ameaçados por uma miríade de menores assassinos impunes. Nessa década perdida para a educação, o Congresso invariavelmente contribuiu com sua habitual inoperância. Por isso o Brasil continua sendo formatado para perder na competição global do mercado de trabalho. No mundo globalizado, aquele que não puder competir com produtos de valor agregado deverá “plantar” para pagar importados, mais ainda, competindo com máquinas agrícolas robotizadas. Tudo indica que esses governantes são incapazes de realizar a reforma urgentemente necessária.“