O leilão de energia nova A-3 de 2013, que contratou a demanda complementar das distribuidoras para 2016, foi encerrado com volume de contrato na licitação de 58,293 milhões de MWh, movimentando R$ 7,253 bilhões. O preço médio final foi de R$ 124,43/MWh, com deságio de 1,25% em relação ao preço-teto de R$ 126/MWh. O leilão contratou apenas a oferta de usinas eólicas. Foram 39 projetos contratados, totalizando 867,6 MW de capacidade e 380,2 MW médios de energia assegurada. O leilão durou pouco mais de 21 minutos.
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Segundo as informações disponibilizadas pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o preço mais alto de venda foi de R$ 126/MWh das usinas Capão do Inglês e Coxilha Seca. Já o valor mais baixo da concorrência foi de R$ 118/MWh da usina Ventos de Guarás I. Os empreendedores de térmicas a biomassa, usinas fotovoltaicas e Pequenas Centrais Hidrelétricas não venderam energia na licitação. Dos projetos contratados, 19 são do Rio Grande do Sul, oito no Piauí, quatro na Bahia, quatro no Ceará e quatro em Pernambuco.
O projeto que negociou o maior volume de energia foi a usina Ventos de Guarás I, que vendeu 15,5 MW médios no leilão. A usina que obteve a maior receita fixa foi a Ventos de Santo Augusto IV, que vendeu 15,4 MW médios a um preço de R$ 125,37/MWh, gerando uma receita fixa anual de R$ 17,670 milhões.
No lado dos compradores, 28 concessionárias contrataram energia no leilão A-3. A Copel Distribuição foi a que contratou o maior de volume de energia, 6,128 milhões de MWh. A segunda maior compradora foi a Celg, com 5,616 milhões de MWh, seguida pela Cemat, que adquiriu 4,934 milhões de MWh. Os contratos de eólica terão duração de 20 anos, com início de fornecimento em 2016.
Demanda do leilão A-3 foi atendida, avalia diretor da Aneel
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O diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), José Jurhosa Júnior, afirmou há pouco que, embora apenas projetos eólicos tenham sido contratados no leilão de energia nova A-3 realizado nesta segunda-feira, o certame foi suficiente para que a demanda das distribuidoras fosse “toda atendida”. Participam da coletiva de imprensa realizada após o leilão representantes da Aneel, do Ministério de Minas e Energia (MME) da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Para o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, o deságio de apenas 1,25% registrado no leilão é explicado porque, na visão dele, o preço de referência (R$ 126 por MWh) estabelecido previamente estava em um patamar “justo”.
Tolmasquim também acredita que o leilão de hoje confirma que o momento é dos projetos eólicos.
– Esse é o momento dos ventos, mas o momento do sol chegará e não tenho dúvidas de que essa fonte entrará em nossa matriz – disse o presidente da EPE, após lembrar o histórico de queda de preços da energia eólica no Brasil.
Com base no resultado do leilão de hoje e do leilão de reserva realizado em agosto passado, já foram garantidos projetos equivalentes a uma potência de 2,4 mil MW.
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– Tudo está se desenhando para este ser o ano da eólica. O recorde, de 2011, foi de 2,8 mil MW. Como ainda temos leilão A-5 no final do ano, tem tudo para que quebre o recorde de contratação de eólica – , comparou Tolmasquim. O leilão A-3 de hoje contratou 39 projetos, que demandaram investimentos totais de R$ 3,37 bilhões.