Terminou no fim da manhã desta segunda-feira a primeira etapa do leilão dos aeroportos de Guarulhos (SP), Campinas (SP) e Brasília, que está sendo realizado na sede da BM&FBovespa, em São Paulo. Essa etapa consistiu na abertura dos envelopes com as propostas entregues na última quinta-feira.
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O leilão começou às 10h na BM&F Bovespa. O aeroporto de Guarulhos recebeu dez propostas, o de Campinas, quatro, e o de Brasília, oito.
A maior proposta pelo aeroporto de Guarulhos foi feita pelo consórcio liderado pela Invepar em parceria com a sul-africana ACSA, de R$ 16,213 bilhões, o que significa um ágio de 373% em relação ao preço mínimo estabelecido pelo governo. O segundo maior lance para Guarulhos foi do consórcio entre a EcoRodovias e a alemã Fraport, de R$ 12,863 bilhões, um ágio de 275%. Além dos dois consórcios com as maiores propostas, também segue na disputa o consórcio formado pela OHL e a espanhola Aena.
Para o aeroporto de Brasília, a maior proposta foi do consórcio liderado pela Engevix, com oferta de R$ 3,513 bilhões, o que representa ágio de 503%. A oferta da Invepar ficou próxima, com lance de R$ 3,213 bilhões, e ágio de 452%. Os outros dois consórcios que seguem na disputa são OHL e Fidens.
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Em Campinas, a Triunfo (TPI) fez o maior lance, de R$ 3,821 bilhões, ágio de 159%, seguido pela Odebrecht, que propôs R$ 2,524 bilhões, ágio de 71% ante o preço mínimo estabelecido. Também seguem na disputa os consórcios liderados por Invepar e OHL.
Foram selecionados para a disputa viva-voz os consórcios que ofereceram as maiores ofertas válidas. Na disputa viva-voz só serão aceitos lances que alterarem a posição do consórcio na classificação geral. Os vencedores serão os consórcios cujas ofertas combinadas dos três aeroportos propiciarem ao governo a maior arrecadação.
Durante o leilão viva-voz, o corretor que representa cada consórcio pode fazer novos lances a qualquer momento. Como é a combinação de resultados que determinará os vencedores, é possível que mesmo que uma companhia tenha ofertado o valor mais alto para um dos aeroportos, não consiga arrematar o terminal desejado.
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Essa situação inusitada pode ocorrer porque cada consórcio só pode ficar com um dos terminais. Assim, a combinação sempre considerará apenas uma proposta de cada grupo. Cada proponente pode apresentar proposta para todos os aeroportos, mas somente poderá ser o vencedor de um deles. O leilão dos três aeroportos será simultâneo.
Concessão para acelerar obras
Com valores mínimos de R$ 5,4 bilhões e previsão de investimentos de até R$ 16 bilhões, a disputa representa um capítulo inédito nas privatizações brasileiras.
Um dos objetivos da concessão é acelerar a execução das obras necessárias para atender à atual demanda e a prevista para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
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Caso os operadores privados não concluam as obras previstas, poderão ser multados em R$ 150 milhões, mais R$ 1,5 milhão por dia de atraso.
Os novos controladores assumem os terminais arrematados seis meses depois da assinatura dos contratos. Nesse intervalo, haverá um período de transição no qual a concessionária vencedora administrará o aeroporto em conjunto com a Infraero.
Saiba mais sobre os alvos do investimento:
Guarulhos
Aeroporto Internacional Governador André Franco Montoro
Preço mínimo: R$ 3,4 bilhões
Prazo de concessão: 20 anos
Investimentos até a Copa do Mundo: R$ 1,38 bilhão
Investimentos totais: R$ 4,6 bilhões
Brasília
Aeroporto Internacional Juscelino Kubistchek
Preço mínimo: R$ 582 milhões
Prazo de concessão: 25 anos
Investimentos até a Copa do Mundo: R$ 626,53 milhões
Investimentos totais: R$ 2,8 bilhões
Campinas
Aeroporto Internacional de Viracopos
Preço mínimo: R$ 1,5 bilhão
Prazo de concessão: 30 anos
Investimentos até a Copa do Mundo: R$ 873,05 milhões
Investimentos totais: R$ 8,7 bilhões