O leilão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília terminou no início da tarde desta segunda-feira com arrecadação total de R$ 24.535.132.500,00. O ágio foi de 348% em relação ao preço mínimo de R$ 5,477 bilhões estipulado no edital para os três aeroportos.

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O consórcio formado por Invepar e Acsa, da África do Sul, venceu a disputa pela concessão do aeroporto de Guarulhos (SP), com oferta de R$ 16,2 bilhões. O lance mínimo para o aeroporto era de R$ 3,4 bilhões. A Invepar detém 90% do consórcio, enquanto a Acsa possui os demais 10%.

O consórcio Inframérica Aeroportos, formado por Engevix e Corporación América (Argentina) saiu vencedor do leilão do aeroporto de Brasília, com lance de R$ 4,501 bilhões. O ágio foi de 673% em relação ao lance mínimo para a disputa, de R$ 582 milhões. Cada empresa tem 50% de participação no consórcio.

Na disputa pelo aeroporto de Campinas, o consórcio liderado pela Triunfo Participações ficou à frente, com ágio de 159,8% e uma proposta de R$ 3,821 bilhões. No consórcio Aeroportos Brasil, a Triunfo tem participação de 45%, a UTC Engenharia outros 45% e a francesa Egis, 10%. O lance mínimo era de R$ 1,5 bilhão.

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Outros terminais poderão ser privatizados em março – cogita-se que o governo irá ceder à iniciativa privada o Galeão, no Rio, e o Confins, em Belo Horizonte, além de aeroportos nas regiões Norte e Nordeste.

Quem são os estrangeiros nos consórcios

A Acsa, da África do Sul, administra pelo menos nove aeroportos em território sul-africano. Entre os maiores, estão os aeroportos internacionais O.R. Tambo, em Johannesburgo, e King Shaka, em Durban, e o aeroporto internacional da Cidade do Cabo. As três cidades foram sede de jogos da Copa do Mundo de 2010.

A Corporación America, da Argentina, é concessionária de terminais aeroportuários e de cargas em 49 aeroportos na América Latina e na Europa. Opera tanto na administração de aeroportos quanto em operações comerciais de abastecimento de combustível e cargas.

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A Egis Avia, da França, tem concessões em aeroportos da Costa do Marfim, Gabão, Chipre, Congo e na Polinésia francesa. Também administra operações e presta consultoria no gerenciamento de outros aeroportos.

Concessão para acelerar obras

Com valores mínimos de R$ 5,4 bilhões e previsão de investimentos de até R$ 16 bilhões, a disputa representa um capítulo inédito nas privatizações brasileiras.

Um dos objetivos da concessão é acelerar a execução das obras necessárias para atender à atual demanda e a prevista para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.

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Caso os operadores privados não concluam as obras previstas, poderão ser multados em R$ 150 milhões, mais R$ 1,5 milhão por dia de atraso.

Os novos controladores assumem os terminais arrematados seis meses depois da assinatura dos contratos. Nesse intervalo, haverá um período de transição no qual a concessionária vencedora administrará o aeroporto em conjunto com a Infraero.

Nos primeiros anos de concessão, não haverá obras de expansão das pistas. Para evitar fiasco na Copa do Mundo de 2014, o governo determinou, nos contratos de leilão, que seja priorizada a ampliação e modernização dos terminais de passageiros. A adequação das pistas para receber aeronaves maiores e a criação de novos slots (autorizações para novos voos) ficarão para mais tarde.

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Saiba mais sobre os alvos do investimento:

Guarulhos

Aeroporto Internacional Governador André Franco Montoro

Valor da oferta aceita: R$ 16,213 bilhões

Preço mínimo: R$ 3,4 bilhões

Prazo de concessão: 20 anos

Investimentos até a Copa do Mundo: R$ 1,38 bilhão

Investimentos totais: R$ 4,6 bilhões

Brasília

Aeroporto Internacional Juscelino Kubistchek

Valor da oferta aceita: R$ 4,501 bilhões

Preço mínimo: R$ 582 milhões

Prazo de concessão: 25 anos

Investimentos até a Copa do Mundo: R$ 626,53 milhões

Investimentos totais: R$ 2,8 bilhões

Campinas

Aeroporto Internacional de Viracopos

Valor da oferta aceita: R$ 3,821 bilhões

Preço mínimo: R$ 1,5 bilhão

Prazo de concessão: 30 anos

Investimentos até a Copa do Mundo: R$ 873,05 milhões

Investimentos totais: R$ 8,7 bilhões