Está marcado para o dia 19 de dezembro o leilão da Tecnofibras, empresa que, no início da última crise financeira do Grupo Busscar, chegou a ser apontada como uma possível solução. Agora, avaliada em R$ 73.744.144,50, a indústria de plástico está bem longe de quitar sozinha a dívida que já supera R$ 1,623 bilhão, mas, se vendida, vai dar mais esperança aos credores.

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Além da Tecnofibras, a Climabuss (com a qual se espera arrecadar pelo menos R$ 5.088.282,04) e uma série de bens não operacionais – boa parte deles imóveis, como a casa onde está o museu da empresa, na rua Blumenau, e uma área na avenida Santos Dumont, que devem valer cerca de R$ 31 milhões – vão ser vendidas em sistema de pregão.

Nesta modalidade, os interessados apresentam as propostas e todas as que atingirem 90% da maior oferta participam de um leilão. Está definido que este procedimento vai ocorrer em Joinville, mas o local exato só deve ser divulgado na semana que vem, por meio da publicação de um edital.

De acordo com a equipe do Instituto Rainoldo Uessler, que administra os bens do grupo, os donos da empresa chegaram a se manifestar sobre a avaliação do perito, mas isto não impediu que o juiz Marco Augusto Ghisi Machado, da 5ª Vara Cível de Joinville, homologasse nesta terça-feira a data da venda.

A Justiça espera receber pelo menos R$ 109,8 milhões com a operação – o valor pode aumentar, caso a concorrência seja acirrada, por exemplo, ou até não ser alcançado caso não haja interessados.

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Ainda que os bens sejam vendidos neste ano, os valores arrecadados não vão direto para as mãos dos trabalhadores. Esta etapa depende da consolidação da lista de credores, que ocorre paralelamente à avaliação e venda de bens.

Empresa saudável

Apesar de fazer parte de um grupo falido, a Tecnofibras está viva e bem operante. A empresa tem expectativa de faturar aproximadamente 14% a mais do que no ano passado. Segundo o executivo Paulo Alberto Zimath, a expectativa é de que o valor fique entre R$ 92 e R$ 95 milhões neste ano.

Atualmente, a empresa tem 560 funcionários e produz uma média de 1,3 mil peças por dia para clientes do Brasil e do exterior.

Confira a versão digital da reportagem especial sobre a Busscar

Fábrica em processo de avaliação

O principal bem do Grupo Busscar, o parque fabril da empresa de carrocerias, incluindo todo o maquinário, só deve ser leiloado no início do ano que vem. A estimativa é do Instituro Rainoldo Uessler. Por enquanto, o perito ainda trabalha na avaliação.

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Pelo menos três interessados já procuraram oficialmente a equipe de Rainoldo Uessler para ter mais informações sobre o parque fabril. Thaís Moura, assessora jurídica do administrador da massa falida, conta que eles se surpreenderam com a boa conservação do local.

A Tecnofibras registou um número maior de possíveis compradores. Pelo menos cinco interessados já procuraram os responsáveis por administrar a massa falida.