De uma das maiores fabricantes de carrocerias da América Latina a uma companhia falida. Esta é a situação da Busscar, cujos bens vão a leilão nesta quarta-feira e despertam o interesse de pelo menos 15 investidores. A falência da empresa foi decretada pela segunda vez em 30 de setembro. Os ativos das oito empresas que integram o grupo, que chegou a empregar mais de 5 mil pessoas, estão avaliados em R$ 489 milhões, valor bem menor do que o faturamento de R$ 685 milhões registrado no auge das operações, em 2008. O valor arrecadado será utilizado para abater parte das dívidas, que somam R$ 1,6 bilhão.

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:: Grupo mexicano está entre os interessados em comprar a Busscar ::

O leilão será realizado por carta fechada. O prazo para a entrega das propostas no gabinete da 5ª Vara Cível de Joinville terminou às 19 horas da última terça-feira. A abertura dos papeis ocorre nesta quarta-feira, às 13 horas.

Os bens estão distribuídos em blocos e lotes. Tatiane Duarte, a leiloeira nomeada pela Justiça, explica que, primeiramente, serão abertas as propostas para compra englobadas. Se não houver comprador para o bloco todo, parte-se para as propostas dos lotes desmembrados. O lance mínimo deve ser de pelo menos 60% do valor total (de R$ 489 milhões).

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Para a compra isolada da participação acionária da Busscar Colômbia e das ações e títulos da Busscar Ônibus, será aceito apenas pagamento à vista.

Empregos

O presidente do Sindicato dos Mecânicos, Evangelista dos Santos, demonstra otimismo com a eventual venda da Busscar. Na posição de líder sindical, juridicamente defendendo os interesses dos trabalhadores, ele espera que o comprador, se houver, retome a produção de carrocerias em Joinville.

– O nosso olhar é pela permanência dos empregos – argumenta.

Tecnofibras é a maior atração

A maior atração do leilão é a Tecnofibras, fabricante de peças para carroceria em plástico reforçado com fibra de vidro e única empresa do grupo ainda em operação. Ela tem 400 funcionários e faturou cerca de R$ 81 milhões em 2013, mas só será vendida separada do bloco se ninguém arrematar o conjunto total de bens.

Porém, dos potencais compradores, poucos manifestaram interesse pela compra engoblada. Há, ainda, grande procura e especulações pela compra apenas dos bens imóveis e do maquinário do parque fabril (cabines e pintura, por exemplo) da Busscar. Neste leilão, estes ativos não poderão ser vendidos separadamente.

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Com o atual cenário macroeconômico, em que a insegurança gera um pouco de retração do investidor, o número de interessados no leilão é até satisfatório.