Os novos empreendimentos imobiliários investem cada vez mais em alternativas sustentáveis. Uma delas é a reutilização da água da chuva em jardins e vasos sanitários. O que antes era visto como um diferencial dos imóveis, agora pode passar a ser um item obrigatório.
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A Comissão de Minas e Energia aprovou na semana passada o projeto de Lei no 4.109/12, o qual prevê que novas edificações residenciais e comerciais serão obrigadas a ter sistema integrado de captação e reutilização de águas pluviais.
Em Florianópolis, o edifício-sede da Dígitro Tecnologia, construído no Bairro Capoeiras há quatro anos, tem um sistema de captação com capacidade para armazenar 60 mil litros de água para fins não potáveis, como descargas de sanitários e irrigação dos jardins da empresa.
O diretor administrativo e de qualidade da empresa, Luiz Aurélio Baptista, diz que uma chuva de intensidade média de duas horas é suficiente para encher o reservatório.
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– O sistema nos proporcionou uma economia maior do que esperávamos – avalia.
Baptista diz que a economia na conta de água da Dígitro foi de 60% a 70%, o que paga o investimento realizado em curto prazo. Mas não é apenas em Florianópolis que o sistema ganha adeptos.
O presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon) de Chapecó, José Brill Wolff, informa que há uma lei municipal (Lei Complementar no 387) em vigor desde 2009, que obriga os novos empreendimentos a terem um sistema de coleta da água pluvial. Segundo ele, a iniciativa compensa.
– Ajuda ao meio ambiente e também não sobrecarrega a drenagem pluvial, evitando problemas quando ocorre chuva intensa – defende Wolff.
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Construtoras de Chapecó e Criciúma apostam na ideia
A Catarinense Construções, que atua em Chapecó, tem dois empreendimentos prontos com o sistema, um em fase de conclusão e outro em fase de pré-lançamento. O engenheiro civil da construtora Conrado Macarello afirma que o sistema é simples e não requer muito investimento.
Além disso proporciona economia aos moradores. A Criciúma Construções, que atua no Sul do Estado, também tem dois empreendimentos em seu portfólio com o sistema de aproveitamento de água da chuva.
Um deles, o Residencial Vivendas de Espanha, foi lançado em 2006. Em ambos, o sistema prevê o aproveitamento para uso na parte térrea do empreendimento, ou seja, em garagens, calçadas e jardins.
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:::Fique por dentro
>>A Comissão de Minas e Energia aprovou na semana passada o Projeto de Lei 4.109/12, que institui o Programa Nacional de Conservação, Uso Racional e Reaproveitamento das Águas
>>O projeto prevê que novas edificações residenciais e comerciais serão obrigadas a ter sistema integrado de captação e reutilização de águas pluviais l As águas das chuvas servirão para lavagem de roupas, vidros, calçadas, pisos, veículos e para a irrigação de hortas e jardins
>>Por outro lado, as águas escoadas de tanques, pias, máquinas de lavar, bidês, chuveiros e banheiras serão reaproveitadas no abastecimento de descargas de vasos sanitários ou de mictórios
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>> A proposta será analisada pelas comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e de Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, em caráter conclusivo