Consenso singular entre magistrados e advogados que atuam na Justiça Eleitoral sobre as novas regras das eleições municipais: força para viabilizar a reeleição de prefeitos e vereadores e desestímulos à renovação dos quadros políticos.

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A atividade política já não desperta grande interesse da maioria do eleitorado. Empresários bem sucedidos, profissionais liberais que se destacam pela ética e pela competência, trabalhadores honrados que poderiam prestar excelentes serviços à cidadania na representação parlamentar estão cada vez mais distantes. Primeiro, não querem arriscar sua imagem e a honorabilidade da família, assumindo cargos públicos que acabam transformando seus atos administrativos em ações judiciais que causam grandes desgaste pessoal e político, quando não a desmoralização.

Em segundo lugar, o desequilíbrio de retaguarda e apoio logístico é brutal entre os prefeitos no exercício do cargo e até os políticos tradicionais que já entrariam derrotados. O tempo da propaganda caiu de 45 para 35 dias, e o espaço nas emissoras de rádio e TV foi cortado pela metade. Apenas as inserções comerciais foram valorizadas na nova lei. Elas serão exibidas em redes de rádio e televisão de segunda a domingo e entrarão na programação normal das emissoras. Assim, nos 10 minutos a serem distribuídos entre todos os candidatos, restará muito pouco tempo para quem não é conhecido.

Além disso, os vereadores atuais já contam com assessores e toda infraestrutura das Câmaras. E, todos sabem, elas costumam trabalhar apenas pela reeleição durante toda a campanha.

A conferir a apuração final. Mas a previsão é a de que a renovação dos legislativos tende a ser muito menor do que a desejada pela população.

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