Olga Carolina faz planos para o futuro. Na última quarta-feira, se formou no projeto Formare, promovido pela empresa Coteminas, em Blumenau. Sorridente, faz questão de mostrar o canudo. É a primeira vez que Olga participou de um curso de formação. A adolescente de 16 anos acredita que terá melhores oportunidades para conseguir o primeiro emprego com o programa no currículo.
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Assim como Olga, cada vez mais jovens buscam uma vaga no mercado de trabalho a partir de cursos de aprendizagem. A lei nacional 10.097 de 2000 determina que empresas de médio e grande porte contratem jovens entre 14 e 24 anos.
Desde 2006, quando um decreto presidencial tornou a lei menos flexível, o número de jovens empregados cresceu 46% em Santa Catarina segundo dados do Ministério do Trabalho. A inserção desses novos profissionais devem ocorrer por meio de programas como o Jovem Aprendiz, que mescla experiência prática e estudos.
O aumento de jovens trabalhando vai além do incentivo proporcionados pelos programas de aprendizagem implantados por conta da legislação, explica o economista Nazareno Schmoeller. Ele afirma que o mercado em expansão é um fator que contribui para o avanço dos números.
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Necessidade da família e consumo também estão ligados a esse crescimento, aponta Lisiane Bueno da Rosa, coordenadora de Projetos Sociais do Centro de Integração Empresa Escola de Santa Catarina (CIEE/SC).
– Embora ele inicie cedo no mercado, isso não vai prejudicá-lo quando for dentro de uma política pública, como o Jovem Aprendiz, que tem legislação e dá segurança a esse adolescente – avalia.
Lei leva ao aumento de adesão a projetos de iniciação ao trabalho
O número de empresas que aderiram ao programa Aprendiz Legal, gerido pelo CIEE, aumentou 57% entre 2010 e 2012 no Estado, passando de 380 para 600 conveniadas. Nesse caso o aumento está mais ligado a uma obrigatoriedade do que um incentivo, considera Cris Meinberg, da Fundação Iochpe.
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– Embora a lei seja antiga, atualmente há mais fiscalização se as empresas estão cumprindo com a obrigatoriedade – avalia.
Em Blumenau, além do CIEE, empresas como Hering, Karsten, Dudalina e instituições como Senai, Senac e Câmara de Dirigentes Lojista promovem o encaminhamento de jovens a programas de aprendizagem.
Educação para transformar vidas
Com a crença que a educação pode transformar, a Coteminas vai além da cota de contratação que determina a lei do Jovem Aprendiz. A empresa com unidade no bairro Garcia tem o programa Formare em parceria com a Fundação Iochpe.
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O curso, destinado a jovens de 14 a 18 anos, tem duração de 10 meses e a grade curricular é composta por aulas teóricas e práticas sobre tecnologia relacionada à indústria têxtil.
Eles estudam também informática, inglês, português, matemática, organização comercial e industrial, educação física e artesanato. Hoje a empresa é a única no Estado que faz parte do Formare.